A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias (JN), que cita números do Instituto de Apoio à Criança (IAC), e revela que há mais jovens a tomarem a iniciativa de pedir ajuda e a recorrerem à linha.

A linha SOS Criança [116 111] foi criada com o objetivo de garantir às crianças e aos jovens o direito à palavra e à proteção. Através do telefone, email, Whatsapp ou chat, as crianças podem expor os seus problemas e pedir ajuda. Os adultos também podem contactar este serviço.

Desde 2019, chegaram ao SOS Criança mais de oito mil pedidos de ajuda, segundo o JN. Este é um número que tem vindo a crescer e, em 2022, foram registados mais 814 apelos do que no ano anterior, e mais 841 em comparação com o ano que antecedeu a pandemia.

No último ano, a maioria dos apelos registados estavam relacionados com questões psicológicas e também estes estão a crescer, diz o jornal. Em 2022, a linha contabilizou 1600 chamadas relacionadas com a saúde mental e física, enquanto em 2019 foram apenas 621.

Maria João Cosme, coordenadora-adjunta da linha, explica ao jornal que: "Na pandemia, aumentaram os apelos que recebemos de crianças e jovens. Alguns por conflitos familiares, solidão, isolamento, outros apenas porque queriam falar e ter companhia".

Com uma tendência inversa, destaca-se que os apelos relacionados com a violência estão a descer: em 2019 houve 497 chamadas e em 2022 foram 290. Porém, a responsável da SOS Criança sublinha ao JN que os casos de maus-tratos não diminuíram. “Não se pode dizer que os números estejam a baixar em termos da violência em geral. Não haver tantos apelos não significa que a violência não esteja a acontecer, só significa que as pessoas não estão a ligar ou a sinalizar tanto esse tipo de situações”.

Em 2022 foram registadas 48 situações de maus-tratos físicos na família, 46 de maus-tratos psicológicos, 51 casos de negligência familiar e 22 de violência sexual.