“Temos de nos lembrar que estamos todos juntos nisto. Em vez de cruzar os braços e esperar que as grandes potências resolvam [os problemas], devemos olhar para o que podemos alcançar para fazer a diferença juntos”, sublinhou Justin Trudeau durante o discurso na ONU.
O governante vê um presente sombrio e antecipa um futuro ainda pior se a comunidade internacional não agir, noticia a agência EFE.
O canadiano realçou que “o mundo está em crise”, mas lembrou que não é apenas nos últimos meses e por causa da pandemia de covid-19, mas nas duas últimas décadas e por “culpa própria”.
“Temos de admitir onde estamos. O sistema está avariado, o mundo está em crise e as coisas estão prestes a piorar, a não ser que mudemos”, sublinhou.
Para Trudeau, as instituições criadas após as guerras mundiais, como as Nações Unidas, o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional, não funcionam nesta altura “suficientemente bem” para defender o multilateralismo, os direitos humanos ou o mercado livre.
O governante canadiano vincou também que não está a ser feito o suficiente para eliminar “injustiças sistemáticas” como o racismo contra os negros ou indígenas, a homofobia ou o sexismo.
“Estamos parados. A abordagem internacional em que confiamos desde a segunda metade do século XX foi baseada no pressuposto de que os países trabalhariam juntos. E agora esses mesmos países estão a olhar para dentro e estão divididos”, afirmou o político, considerando que a pandemia expôs os problemas.
Justin Trudeau alertou ainda para a crise climática e a “incapacidade coletiva nas últimas décadas para tomar decisões difíceis e fazer os sacrifícios necessários para combater as mudanças climáticas e salvar as gerações futuras”.
“Precisamos de uma nova forma de pensar sobre a desigualdade climática e a saúde, porque a maneira como estamos a fazer as coisas não está a funcionar bem”, apontou.
Por fim, lamentou a postura dos países face aos que ignoram o direito internacional, que usam a Internet para tentar desestabilizar democracias ou que violam as liberdades fundamentais dos cidadãos e, mesmo assim, enfrentam poucas consequências.
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