“O objetivo que nos colocaram é simples: conseguir mais de 80% dos votos nas eleições presidenciais”, disse um alto funcionário regional.

O melhor resultado eleitoral alcançado por Putin foi de 76,69% dos votos, em 2012, quando do seu regresso ao Kremlin (Presidência russa), após quatro anos como primeiro-ministro.

A equipa do Presidente russo acredita que o facto de a guerra na Ucrânia não estar a correr conforme o planeado possa influenciar a vitória esmagadora de Putin nas eleições do próximo ano.

“O resultado será garantido por diferentes métodos: mobilização de apoiantes do Presidente; mobilização administrativa e corporativa; votação eletrónica”, explicou outra fonte próxima da Presidência russa, citada pelo portal Meduza.

Segundo uma recente sondagem, 76,1% dos russos aprovam a gestão de Putin como chefe de Estado, apesar de contratempos como a fracassada rebelião armada ocorrida em 24 de junho e liderada pelo chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin.

Para conseguir a reeleição do Presidente Putin, o Kremlin está a contar com o impacto na opinião pública da grande exposição que será realizada entre novembro próximo e abril de 2024 em Moscovo.

Segundo o jornal Védomosti, Putin poderá anunciar a sua reeleição quando inaugurar o evento, que levará o nome da Rússia a todo o mundo e onde serão expostas as conquistas do país desde que o atual inquilino do Kremlin chegou ao poder, em 2000.

Há também a possibilidade de Putin anunciar a sua candidatura no final do ano, num evento em que terá a possibilidade de responder a perguntas dos seus compatriotas.

Apesar da ofensiva militar em curso na Ucrânia, a Rússia prevê realizar eleições locais no dia 10 de setembro em todo o território nacional, incluindo nas regiões ucranianas anexadas: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.

Em fevereiro passado, Putin garantiu que “tanto as eleições locais e regionais de setembro deste ano, bem como as presidenciais de 2024, ocorrerão em estrita conformidade com a legislação, respeitando todos os procedimentos democráticos constitucionais”.