"Numa primeira fase — por uma questão de coordenação, de articulação e de monitorização —, o SNS assegurará esta vacinação. Numa fase posterior podemos pensar noutros pontos de vacinação", respondeu Lacerda Sales aos jornalistas, após ser questionado sobre parcerias do Sistema Nacional de Saúde para levar a cabo o plano nacional de vacinação contra a covid-19.

"Temos cerca de 1.200 pontos de vacinação e numa fase mais adiante podemos pensar noutros pontos, nomeadamente se for necessária uma vacinação mais maciça", explicou, referindo que estes podem passar por escolas, pavilhões ou "outros pontos de proximidade".

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde referiu ainda que existem "cerca de 40 mil enfermeiros no SNS e são eles que prioritariamente vão vacinar. Obviamente que se for necessário reforço serão reforçados estes meios”, afirmou António Lacerda Sales aos jornalistas.

Sobre a possibilidade de os centros de saúde terem de alargar os horários de funcionamento, o governante disse que “é possível”, mas ressalvou que tal é do âmbito funcional das unidades locais de saúde e dos diretores executivos dos agrupamentos dos centros de saúde.

“[Essa possibilidade] é a adequabilidade que o plano tem que ter em função das necessidades e a resposta é em função das necessidades”, sublinhou António Lacerda Sales.

Questionado sobre reajustes aos grupos prioritários do plano de vacinação, Lacerda Sales afirmou primeiramente que "a evidência científica de hoje é o erro retificado amanhã".

"Temos garantidamente de estar sempre adequados àquilo que é a evolução e o dinamismo da própria ciência, com base em critérios que são técnicos. Obviamente, se amanhã a EMA ou outro organismo vier dizer que as prioridades terão de de adequar, este plano é dinâmico e flexível e adequar-se-á", garantiu.

Sobre os doentes oncológicos, que não estão incluídos na primeira fase de vacinação, Lacerda Sales lembrou que estão incluídos na segunda fase, com mais de 50 anos e "terão oportunidade de se vacinar".

Por outro lado, Lacerda Sales afirmou que, para já, o objetivo é que o plano seja "homogéneo no território nacional". "É um plano robusto, também obviamente flexível e adequável àquilo que vai sendo a evidência científica. Estamos bem preparados", garantiu.

A vacina contra a covid-19, que deverá chegar a Portugal já em janeiro, será universal, gratuita e facultativa, e será disponibilizada à população de acordo com as características aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento.

Segundo a ministra da Saúde, Portugal vai comprar mais de 22 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, no âmbito dos acordos entre seis farmacêuticas e a União Europeia, o que representa um custo de 200 milhões de euros.

Para já, estão garantidas 6,9 milhões de doses da candidata da Astrazeneca, 4,5 milhões da Johnson & Johnson's, 1,8 milhões da Moderna e 4,5 milhões da Pfizer/BioNTech, que deverão ser as primeiras a chegar já nos primeiros dias de 2021.

Estão previstas três fases para a execução do plano de vacinação contra a covid-19 em 2021 que vão acompanhar o ritmo de disponibilização das vacinas, sendo expectável que nos primeiros meses ainda haja alguma escassez.

Por isso, numa primeira fase, que deverá decorrer entre janeiro e março, ou abril no pior cenário, só vão ter acesso à vacina até 950 mil pessoas prioritárias.

Para a segunda fase, o documento prevê um alargamento dos critérios para a definição desses grupos prioritários e, por isso, a vacina poderá chegar a mais 2,7 milhões de pessoas.