"As discussões foram produtivas. Os EUA continuam comprometidos em apoiar as missões na base das Lajes, de acordo com os seus requisitos operacionais, e a ser transparentes com os governos de Portugal e dos Açores", disse uma porta-voz do Departamento de Estado à Lusa.
As autoridades americanas dizem ainda que vão "continuar a trabalhar sobre as importantes discussões tidas na reunião bilateral, incluindo na importante tarefa de cuidar do ambiente, que continua a ser uma prioridade para os EUA."
Na semana passada, o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, considerou insatisfatória a reunião bilateral com os Estados Unidos da América (EUA) sobre a base das Lajes, que aconteceu na quinta-feira em Washington, e pediu uma intervenção do Governo nacional.
"É necessário, desde logo, intervenção do próprio Governo da República, que é quem tem a responsabilidade e competência para, face ao Governo dos Estados Unidos, dar conta de que a forma como está a ser abordado este assunto não nos satisfaz", disse Vasco Cordeiro, numa declaração enviada à agência Lusa.
Vasco Cordeiro lamentou a falta de progresso em relação ao pagamento das intervenções que serão necessárias para evitar impactos ambientais decorrentes da presença dos EUA na base das Lajes.
"Necessitamos que seja adotado um procedimento mais rápido, com mais medidas, para que mais rapidamente se possa resolver esta componente ambiental que é, na nossa avaliação, o principal assunto que neste momento existe no dossiê da base das Lajes", disse o responsável.
No encontro, Vasco Cordeiro apresentou uma proposta de calendário sobre as medidas a tomar nesta área, que não foi aceite pelos americanos.
Além de Vasco Cordeiro, participaram no encontro o diretor-geral de Política Externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Francisco Duarte Lopes, e, em representação dos EUA, o vice-secretário para a Europa Ocidental e a União Europeia do Departamento de Estado, Conrad Robert Tribble.
O Departamento de Estado disse também querer continuar o diálogo "em áreas de interesse mútuo, incluindo oportunidades de cooperação nas áreas de energia e assuntos do mar, a importância de esforços de segurança marítima, e expansão da cooperação na área da defesa".
Entre setembro de 2015 e setembro de 2016 abandonaram a base das Lajes, com rescisões por mútuo acordo, cerca de 450 trabalhadores civis portugueses.
O efetivo militar, que em 2015 era de 650, também tem vindo a ser gradualmente reduzido, estando previsto que não ultrapasse os 165 militares.
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