De acordo com um comunicado emitido Ministério Público Federal no Paraná, as investigações apontam que o advogado luso-brasileiro foi o principal responsável em operações de corrupção e branqueamento de capitais da Petrobras, em cooperação com o operador financeiro Raul Schimidt Felippe, também ele luso-brasileiro.
As investigações tiveram início a partir de uma cooperação jurídica internacional com Portugal e de comunicação com as autoridades da Nova Zelândia.
Os alegados crimes terão ocorrido por intermédio da criação de uma 'trust' (empresa organizada para realizar a gestão fiduciária de fundos e agências) na Nova Zelândia, para a posterior aquisição de imóveis em Lisboa em proveito de Schmidt, mas registados formalmente em nome de empresas vinculadas ao 'trust' neozelandês, sempre utilizando os valores das comissões ilícitas obtidas em contratos com a empresa estatal brasileira.
As autoridades relataram operações suspeitas na aquisição de dois apartamentos em Lisboa, usados por Raul Schmidt Felippe aquando da sua ida para Portugal, e que estavam registados em nome de empresas neozelandezas relacionadas a 'trust', que tinham Leonardo Muniz Almeida como procurador.
Segundo o comunicado do Ministério Público Federal no Paraná, os recursos financeiros utilizados nos negócios vieram de contas ocultas em nome de empresas 'off-shores' controladas por Raul Schmidt Felippe no exterior.
Estas contas foram abastecidas integralmente com os valores de subornos recebidos em contratos da empresa norueguesa Sevan com a Petrobras, garante a investigação.
No pedido de prisão consta ainda que Leonardo Muniz Almeida emprestava o seu nome e as suas contas para outras movimentações financeiras de Raul Schmidt Felippe e dos seus familiares.
Os investigadores referem ainda que o advogado luso-brasileiro atuava em parceria com o ex-diretor da área de Internacional da Petrobras, Jorge Zelada, na empresa brasileira Tv Solar.
As autoridades deverão agora iniciar os trâmites para a extradição de Lenardo Muniz Almeida para o Brasil, onde deverá responder pelos crimes de associação a organização criminosa, corrupção passiva e branqueamento de capitais transnacional.
O Ministério Público Federal no Paraná adianta que se o luso-brasileiro for condenado poderá ser condenado a uma pena de prisão superior a 20 anos.
“Lava Jato” é a designação dada à vasta operação que investigou desvios milionários que ocorreram durante quase uma década na empresa estatal Petrobras e que levou à prisão de empresários e políticos, entre eles o ex-Presidente brasileiro Lula da Silva (2003-2011).
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