Daqueles 548 pedidos, 269 foram feitos pelo Brasil a 45 países e 279 foram solicitados por 36 países ao Estado brasileiro, indica ainda a mesma fonte.

Estas solicitações de cooperação internacional no âmbito da operação Lava Jato passaram ou foram feitas pelas equipas policiais dedicadas à investigação da operação Lava Jato (Forças-tarefa) de Curitiba e Rio de Janeiro e pelo grupo de trabalho da Procuradoria Geral da República, em Brasília.

O uso da cooperação internacional tem sido "fundamental" para que o Ministério Público Federal avance nas investigações deste processo, diz o Procurador da República, Paulo Roberto Galvão, que integra a equipa dedicada à operação Lava Jato no estado do Paraná, numa declaração publicada no site.

Além de permitir a identificação de contas no exterior utilizadas por muito dos envolvidos no esquema de desvio de dinheiro público, facilitando o levantamento dos pagamentos de propina, a cooperação internacional também fornece provas documentais sobre a propriedade dessas contas, adianta o mesmo responsável.

Assim, a manutenção de recursos no exterior por parte dos envolvidos, que "antes aumentava a chance de impunidade, hoje representa uma vulnerabilidade para os criminosos", afirma no site.

Mas o contributo da cooperação internacional não se fica por aqui. Este instrumento de colaboração entre estados permite ainda aprofundar as investigações sobre a possíveis participações de agentes ou responsáveis de empresas estrangeiras que possam estar envolvidos em esquemas de corrupção no Brasil, sublinhou o Procurador.

Além disso, afirma Paulo Roberto Galvão: "a troca de informações entre as autoridades dos países também permite que o processo de recuperação de valores identificados no exterior seja mais ágil".

Os dados divulgados trimestralmente pelo Ministério da Justiça brasileiro revelam que no âmbito da cooperação internacional em várias investigações, só nos primeiros nove meses do ano passado (porque os dados só foram atualizados até setembro) o Brasil recuperou 20,60 milhões de dólares em valores e entre 2004 e 2018 o país recuperou 270,8 milhões de dólares em valores no exterior.

Nos primeiros nove meses de 2018, o Brasil também recuperou no âmbito da cooperação internacional com vários países, 115,30 milhões de dólares em ativos e entre 2004 e setembro de 2018 o valor atingiu 1.449 milhões de dólares.

Mas foi no âmbito da Lava Jato que o país atingiu o maior valor em termos de recuperação de ativos (bens e valores repatriados) com a cooperação internacional.

Entre 2015 e setembro de 2018, o Brasil conseguiu recuperar 175,8 milhões de dólares, com a cooperação internacional no âmbito da Lava Jato, dos quais, revelam os mesmos dados do Ministério da Justiça brasileiro, 20,3 milhões de dólares nos primeiros nove meses do ano passado.

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