“De acordo com a literatura científica, o período de incubação é de dois a 10 dias na maioria dos doentes, não estando descritos casos que ultrapassem os 20 dias. Assim, com a informação disponível, considera-se que este surto está terminado, uma vez que todos os casos diagnosticados, independentemente da data de início de sintomas ou de diagnóstico, tiveram contacto com o hospital e contraíram a infeção antes do tratamento da fonte de transmissão (28 de janeiro)”, refere uma nota da DGS hoje divulgada, indicando que contudo as autoridades continuam atentas à situação.
O surto tinha sido detetado no final de janeiro, quando foram diagnosticados dois casos de infeção por ‘legionella’ na unidade privada de saúde de Lisboa.
Neste surto foram confirmados 15 casos de doença dos legionários, sendo que um dos doentes não precisou de internamento, 12 já tiveram alta clínica e dois estão ainda internados em unidades de cuidados intensivos.
No dia 27 de janeiro, o hospital CUF Descobertas informou as autoridades de saúde sobre dois casos diagnosticados da infeção por ‘legionella’, tendo sido iniciada uma investigação sobre as possíveis fontes de infeção.
Segundo informação da DGS dias depois, a fonte estaria na canalização do hospital, provavelmente em chuveiros.
A interrupção da transmissão ocorreu em 28 de janeiro, horas após a identificação do surto e da potencial fonte emissora, lembra a DGS na nota hoje divulgada.
Este foi o segundo surto de ‘legionella’ conhecido em hospitais portugueses em dois meses, seguindo-se ao surto ocorrido em novembro de 2017 no hospital público São Francisco Xavier, em Lisboa, que provocou 59 infetados e cinco mortos.
A bactéria ‘legionella’ é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até dez dias.
A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.
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