“As forças de segurança podem estar a abrir a porta para aproveitamentos políticos daqueles que, na verdade, só lhes interessa as regras da democracia para tomarem o poder e nunca mais o largarem”, disse Rui Tavares, no final de um encontro com representantes do Sindicato Independente dos Médicos.

Segundo o cabeça de lista do Livre por Lisboa, esse aproveitamento já foi feito noutros países, verificando-se depois que "os que prometem a ordem trazem o caos, e os que prometem a limpeza acabam a conspurcar as instituições”.

Num análise à concentração espontânea de polícias junto ao Capitólio, onde decorria o debate eleitoral entre os líderes do PS e do PSD, Rui Tavares afirmou que “todos devem cumprir com os pilares do Estado de direito”, mas deixou um alerta.

“Todos devemos ter muita atenção nos nossos protestos. Os fins não justificam os meios, e os meios tem que ter em atenção os aspetos quase sacrossantos da democracia, como são os debates e as eleições”.

Na segunda-feira, após uma concentração que juntou na Praça do Comércio, em Lisboa, cerca de 3.000 elementos da PSP e da GNR, muitos seguiram para o Capitólio, onde decorreu o debate eleitoral entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, numa marcha espontânea que não foi autorizada.

Entretanto, o diretor nacional da PSP determinou a realização de um inquérito interno sobre as circunstâncias do protesto de agentes daquela polícia junto Capitólio, tendo em “conta o eventual envolvimento de polícias da PSP numa ação não comunicada”.