Estas posições foram defendidas por António Costa a meio de uma visita à empresa PaxBerry – ação de campanha que antecedeu uma receção com apoiantes no centro de Beja e em que teve ao seu lado o presidente da Câmara, Paulo Arsénio.
Neste dia de campanha no Baixo Alentejo, António Costa vestiu uma samarra, não alentejana, mas de Vinhais, Trás-os-Montes, e esteve acompanhado pela sua mulher Fernanda Tadeu e pelo cabeça de lista socialista no círculo eleitoral de Beja, o dirigente Pedro do Carmo.
Perante os jornalistas, o secretário-geral do PS considerou a empresa PaxBerry, como “um excelente exemplo de como é possível Portugal passar a produzir frutos quentes e compensar de uma vez por todas o défice alimentar que o país antes tinha”.
“Felizmente, ao longo das últimas décadas, temos crescido muito significativamente ao nível da produção agrícola”, declarou o líder socialista, depois de provar um morango produzido na estufa da empresa.
No entanto, além da questão da produção, António Costa apontou outro fator essencial: a sustentabilidade e o respeito pelo meio ambiente.
“A água que aqui se utiliza é reciclada e reaproveitada, o que é muito importante, porque impede a contaminação dos solos e permite maior eficiência. Todos os componentes do solo são otimizados para melhorar a produção”, observou.
A seguir, o primeiro-ministro apontou esta empresa também como “exemplo de produção integrada”, já que, além de morangos, tem igualmente áreas dedicadas à vinha e ao olival.
“Isso permite uma estabilidade relativamente à mão-de-obra que trabalha na empresa”, assinalou, antes de fazer alusão a dois acordos de mobilidade já assinados por Portugal, um com os Estados-membros Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), e outro com a Índia.
“Temos outros acordos em negociação. Como foi evidenciado nesta empresa, o país precisa de imigração para continuar a crescer do ponto de vista económico”, completou.
Depois, os jornalistas confrontaram António Costa com a crise aberta pela vaga de covid-19 que atingiu trabalhadores agrícolas estrangeiros de Odemira, mas o secretário-geral do PS estabeleceu diferenças e falou das “especificidades” de Odemira.
“O problema de Odemira teve uma dimensão de grande concentração [de trabalhadores] e um problema de habitação. Ora, o problema da habitação é crucial”, respondeu.
De acordo com António Costa, em várias explorações agrícolas, recorre-se a trabalhadores sazonais.
“Temos de ter a capacidade — e foi isso que se acordou com a Câmara de Odemira, que terá de cumprir — de assegurar habitação condigna a todos os que trabalham. Há recursos financeiros disponíveis para esse efeito e é um trabalho que neste momento está em curso”, acrescentou.
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