“Esta situação constitui um risco para o nosso país, tendo em conta os desafios que temos de enfrentar tanto a nível nacional, como a nível internacional. Mas temos de respeitar esta votação e tirar as devidas consequências”, declarou Elisabeth Borne no palácio de Matignon, a residência oficial do primeiro-ministro, em reação aos resultados da segunda volta das eleições legislativas.
Borne defendeu que a coligação presidencial Ensemble! (Juntos!, em português) é a “força central” da nova Assembleia da República, devendo, por isso, “assumir uma responsabilidade particular” na nova configuração legislativa.
“A partir de amanhã, construiremos uma maioria de ação: não há nenhuma alternativa a essa união para garantirmos a estabilidade para o nosso país e levarmos a cabo as reformas necessárias”, defendeu.
Numa altura em que, segundo as projeções, a coligação presidencial terá de negociar com outras forças políticas para conseguir aprovar reformas ou projetos de lei, a primeira-ministra sublinhou que “as múltiplas sensibilidades” no parlamento vão “ter de se associar”.
Nesse sentido, Borne apelou a que se construam “bons compromissos” para agir “ao serviço da França” e defendeu que os franceses pedem que os partidos se unam “em nome do país”.
“Tenho a certeza que nos podemos unir de maneira larga, pelo emprego pleno, por uma transição ecológica ambiciosa, pela igualdade de oportunidades, pela escola e a saúde, pela nossa soberania industrial, energética e agrícola”, frisou.
A primeira-ministra referiu que, tanto o Governo como o Presidente da República, Emmanuel Macron, vão “trabalhar em diálogo, escutando as francesas e os franceses e todas as forças vivas” presentes no território francês.
“Tenho confiança no nosso país, confiança em todos nós e no nosso espírito de responsabilidade. Temos tudo para ter sucesso e é juntos que o conseguiremos. Viva a República, viva a França”, concluiu.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, perdeu a maioria absoluta no parlamento, indicam as primeiras projeções, que também apontam para uma forte subida da extrema-direita.
Caso se confirmem estes resultados, significam um importante revés para o Presidente francês, que será forçado a procurar alianças para aplicar o seu programa de reformas nos próximos cinco anos.
Segundo as primeiras projeções, a coligação Ensemble! (Juntos!) do Presidente obterá entre 200 e 260 lugares, muito longe da maioria absoluta de 289 deputados (num total de 557) na Assembleia nacional.
Já a aliança de esquerda Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES), liderada por Jean-Luc Mélenchon, situa-se entre 150 e 200 deputados, tornando-se no primeiro grupo da oposição no parlamento, segundo as projeções.
O partido de extrema-direita Rassemblement National (União nacional, RN), de Marine Le Pen, garante entre 60 e 100 deputados segundo as mesmas fontes, o que representa um considerável reforço do seu grupo parlamentar.
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