“O mínimo que esperamos é manter o resultado que tivemos há dois anos […]. As sondagens sabemos que valem o que valem e, portanto, trabalharemos sempre para mais, para garantir que conseguimos representação em distritos que até aqui não estiveram ainda representados na Assembleia da República com a voz do PAN”, afirmou.

A líder do PAN falava aos jornalistas momentos antes de entregar as listas de candidatos às eleições de 30 de janeiro pelo círculo eleitoral de Lisboa.

“É para nós fundamental conseguirmos mais representação porque só assim conseguiremos ter mais força para fazer avançar as nossas causas”, salientou Inês Sousa Real, indicando que o PAN quer também recuperar o deputado eleito em Setúbal e eleger em círculos como Braga ou Faro.

Nas eleições legislativas de 2019, o PAN conseguiu quatro mandatos: dois em Lisboa, um no Porto e um em Setúbal, neste caso a deputada Cristina Rodrigues, que passou depois a não inscrita.

A líder disse estar confiante de que o partido vai conseguir ter na próxima legislatura “um grupo parlamentar maior” na Assembleia da República, mas recusou quantificar esse objetivo.

“É fundamental que exista uma resposta alternativa e responsável, e o PAN apresenta-se como uma solução alternativa e um voto útil”, frisou.

Inês Sousa Real apelou também aos eleitores que exerçam o seu direito de voto no dia 30 de janeiro.

“Aquilo que esperamos é que haja uma adesão às urnas, haja participação, que não haja abstenção porque a abstenção também não reforça a democracia e acima de tudo que não exista nem maiorias absolutas – e ouvimos este fim de semana discursos muito inflamados, por um lado a apelar à maioria absoluta, por outro a apelar a uma solução ao centro, mas o bloco central não é a solução para o país” e não é “saudável em democracia”, salientou.

E espera que os portugueses "não caiam" na "preocupação de ter uma estabilidade por via de uma maioria absoluta porque as maiorias absolutas só enfraquecem a democracia" e também "não deem mais força a forças populistas antidemocráticas".

"Não faz assim tanto tempo que tivemos uma ditadura em Portugal e Portugal não precisa novamente de ter um retrocesso em matéria de direitos humanos", considerou, salientando que o PAN é "uma alternativa responsável, que não tem falhado ao país, que tem feito oposição de uma forma participativa" e que tem conseguido "vários avanços em várias matérias".

Quanto a acordos com vista à governação do país e à possibilidade de integrar um governo, a porta-voz disse que essa “avaliação só será feita após as eleições” e mediante haja abertura para “fazer avançar as causas” que o partido defende.

Inês Sousa Real disse também que os candidatos a deputados que integram as listas nos vários círculos eleitorais estão comprometidos "com as causas e os valores do PAN" e que "houve escrutínio" nas escolhas.