“Surpreende-me negativamente que, com tantos partidos candidatos a estas eleições legislativas, só estejam três representados neste debate. Mas não me devia surpreender, porque, numa rápida leitura dos programas eleitorais dos partidos, noto que muitos não conseguiram verter nada, ou quase nada, do que tencionam fazer para este setor”, lançou o governante.

João Paulo Rebelo falava (por videoconferência) durante um debate com partidos políticos, que contou apenas com as presenças do PS, do PCP e do PAN, sobre a atual situação do desporto e sobre as medidas previstas para o setor, que foi promovido pela Confederação do Desporto de Portugal (CDP), no Museu do Desporto, em Lisboa.

“Não foi vontade do Governo, e do PS, que esta legislatura tivesse sido interrompida. Por isso, mantemos as propostas de 2019. Pretendemos seguir o caminho que estávamos a percorrer e afirmar cada vez mais o nosso país no panorama internacional, nomeadamente, na alta competição”, afirmou o secretário de Estado.

O responsável vincou que, desde que o PS chegou ao poder em 2015, houve “dois tempos” distintos, um primeiro até 2019, em que “foi possível retomar o crescimento económico para o país”, e “retomar o nível de investimento do país no desporto”, recuperando os níveis pré-‘troika’, e um segundo marcado pela pandemia.

“Fomos interrompidos pela pandemia. Como muitos governos tivemos que reforçar o setor da saúde”, sublinhou, realçando que “a prática desportiva foi muito afetada pela pandemia”.

Ainda assim, João Paulo Rebelo considerou que Portugal reagiu “muito bem” às dificuldades e que compara “muito bem” com os parceiros europeus.

“A próxima legislatura é para recuperar e voltar ao caminho do reforço do financiamento”, assegurou, admitindo novidades ao nível fiscal para o setor, mas com os ‘pés assentes na terra’.

“As questões fiscais vão ser tratadas no futuro. O PS é um partido responsável e não promete o que não pode cumprir. Os recursos são finitos”, vincou, acrescentando a intenção de ser lançado um “pacote de medidas de caráter fiscal para o desporto” caso o PS venha a formar governo na sequência das eleições legislativas de 30 de janeiro.

Já Alma Rivera, deputada do PCP que também participou nesta iniciativa da CDP, moderada pelo presidente Carlos Paula Cardoso, revelou que o partido liderado por Jerónimo de Sousa recupera no seu programa eleitoral “as linhas mestras” do programa de 2019.

“Por um lado, o apoio ao movimento associativo, e por outro, uma estratégia nacional para o desporto, com incidência no desporto escolar”, afirmou a deputada comunista, apontando para o forte impacto da pandemia na “quebra nas associações desportivas e no desporto nas escolas”.

Alma Rivera salientou que “o Estado tem que ter um papel em inverter este movimento”, e tem o dever de “salvar o movimento associativo, que tanto fez até agora, e precisa de ajuda para sobreviver”.

Por seu turno, Anabela Castro, representante do PAN, disse que o partido que representa acredita na máxima “corpo são em mente sã” e que, face aos efeitos da pandemia na sociedade, é necessário reforçar “o equilíbrio” da população nos dois vetores.

“O desporto é transversal a todas as áreas da sociedade. Choca-nos um bocadinho que ainda haja esta secundarização do desporto face a outras matérias, como a matemática, o português ou o inglês. Damos muito valor ao desporto na escola”, frisou.

Segundo Anabela Castro, o PAN pretende reforçar a “articulação dos recursos das escolas com os clubes e associações”, bem como “repensar o modelo de financiamento” do setor.

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