“Nós estamos a lutar para os 15% [de votos nas eleições legislativas] e isso significa que teremos uma palavra a dizer na formação do futuro governo, a menos que o PS tivesse maioria absoluta, o que não creio que vá acontecer”, afirmou André Ventura, à margem do jantar de Natal organizado pela distrital do Chega de Aveiro.
Aos jornalistas, o presidente do Chega afirmou que se o partido conseguir ser a terceira força política na Assembleia da República ou, “no limite”, a quarta força política, a partir de dia 30 de janeiro, começa a “lutar por ser a verdadeira e única oposição ao Governo socialista”.
“Quero ir atrás do PSD e tornar o Chega uma força maior do que o PSD”, disse, acrescentando, no entanto, que se tal não acontecer será “uma derrota pessoal e para o Chega”.
“Se não formos será uma derrota pessoal e para o Chega porque quando todas as sondagens nos colocam aí, depois de umas presidenciais onde tivemos meio milhão de votos, seria uma derrota não sermos a terceira ou quarta força nacional no parlamento”, acrescentou.
André Ventura defendeu ainda que terão de ser tidas em conta “reformas estruturais”, nomeadamente, ao nível da justiça, sistema político e redução de cargos políticos, fiscalidade e segurança social para “haver” Governo.
“Ou há um Governo de reformas estruturais ou não vão contar connosco. Se isto não acontecer não haverá Governo”, salientou.
Acusando o PSD de se ter “deslocado totalmente” para o centro-esquerda, André Ventura disse não acreditar “que quem votou em Pedro Passos Coelho ou Cavaco Silva vote em Rui Rio”, que criticou por ter ido “à escola primária buscar pessoas” para criar lista.
“Estes candidatos que Rui Rio trouxe estão mal preparados e à medida que o PSD perde qualidade o Chega tem mais hipótese de se afirmar”, disse.
Lembrando que estas eleições vão ser difíceis e que “as mudanças não se operam de um dia para o outro”, André Ventura disse ambicionar “um dia formar Governo”.
“O Chega chegou a este resultado ao fim de dois anos e meio e portanto acredito que vamos ser a terceira força, só se houvesse alguma tragédia é que não seriamos”, acrescentou.
No discurso aos militantes, marcado por críticas aos partidos tanto de esquerda como de direita, André Ventura disse só existir “um caminho” nestas eleições, o de “varrer” o PS e o PSD “da frente”.
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