Num almoço de apoio a Ricardo Rio, candidato à Câmara de Braga, ex-líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, criticou o primeiro-ministro e secretário-geral do PS lamentando que o Governo não tenha reconhecido o papel do anterior executivo na subida do 'rating', considerando António Costa "mais responsável pela chegada do ‘lixo' do que pela sua limpeza".
“Ao querer vangloriar-se tanto dessa saída, o doutor António Costa o que quer é esquecer-se de que foi muito mais responsável pela chegada do 'lixo' a Portugal do que pela limpeza do 'lixo'", acusou, classificando o atual primeiro-ministro como "apoiante número um" do Governo liderado por José Sócrates.
No mesmo almoço, Passos Coelho aproveitou para elogiar o atual presidente da Câmara de Braga (Ricardo Rio) como um exemplo do "autarca modelo" social-democrata, que prefere investimentos com frutos a longo prazo ao "foguetório".
Antes, o líder do PSD anunciou no final de uma ação de campanha autárquica em Amares (Braga) que o partido vai apresentar na Assembleia da República uma proposta para revogar as alterações introduzidas pelo Governo à lei da imigração.
Por outro lado, o líder social-democrata desafiou também o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, a esclarecer qual a proposta que Portugal irá apresentar este mês na Comissão Europeia em relação ao mecanismo de cooperação reforçada de segurança e defesa.
Passos Coelho, que já fez este desafio ao Governo por várias vezes, lamentou o "silêncio arrogante" do executivo e alertou que esta matéria também tem consequências orçamentais.
Sobre esta matéria, o PS manteve-se em silêncio, mas o mesmo não aconteceu com a proposta da revogação da lei de imigração, que levou a secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, a dizer que este é um modo "perigoso" de o PSD ver a lei da imigração, reiterando que Passos "deve estar mal informado" sobre a mesma.
"O doutor Pedro Passos Coelho escolheu este modo de campanha, um modo perigoso. Não podemos considerar que os imigrantes são um perigo", vincou a socialista, falando numa ação de campanha autárquica em Vila Viçosa, distrito de Évora.
Segundo Ana Catarina Mendes em causa está a regularização de "um conjunto de pessoas que já se encontrava em Portugal".
Passos Coelho reiterou as críticas às alterações introduzidas - por proposta do BE e aprovadas em julho no parlamento -, e que preveem por exemplo, que sejam concedidos visto de residência com base em promessas de contratos de trabalho.
Nunca se referindo a esta polémica, a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, que é também candidata do partido à Câmara de Lisboa, dedicou-se ao tema dos transportes, distribuindo o seu plano de expansão do metro aos passageiros do Campo Grande, considerando-o estrutural para acabar o "inferno no trânsito".
Depois desta ação de campanha autárquica, a líder do CDS esteve no parlamento para apresentar o projeto de resolução dos centristas em que se defende o cumprimento do acordo para a construção de obras públicas, incluindo mais 20 estações de metro em Lisboa e o alargamento do Metro no Porto.
A presidente do CDS-PP defendeu também hoje que o chumbo no parlamento à audição das ordens dos Médicos e dos Enfermeiros mostra "a forma de atuar das esquerdas unidas" de "falta de capacidade de diálogo democrático".
"É um exemplo lamentável de falta de capacidade de diálogo democrático no nosso país", acusou Assunção Cristas, argumentando que PCP e BE contestam o ministro da Saúde e põem-se "ao lado daqueles que reclamam por outras condições", mas "na hora H" chumbam a possibilidade de ouvir "os bastonários das ordens profissionais, que podem dar o contraditório e o retrato fiel do que se está a passar na área da Saúde".
Por seu lado, a coordenadora do BE, Catarina Martins, dedicou o segundo dia de campanha ao tema dos transportes defendendo que se deve começar a preparar o resgaste público da concessão privada da Fertagus, que termina em 2019, colocando de novo a empresa na CP.
Na primeira ação de campanha autárquica, depois de uma viagem de seis quilómetros de bicicleta entre a estação ferroviária do Fogueteiro e o Seixal, foi já durante uma viagem de barco entre o Seixal e o Barreiro que Catarina Martins explicou aos jornalistas a importância da "propriedade pública dos transportes coletivos" em todo o país.
Quanto à caravana da CDU, o secretário-geral do PCP, que integra comunistas e ecologistas, tem uma única ação de campanha, um jantar em Avis, no Alentejo.
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