Os partidos políticos libaneses comprometeram-se no início de setembro a formar um Governo “de missão” composto por ministros “competentes” e “independentes” no prazo de duas semanas, para retirar o país da crise económica, segundo o anúncio do presidente francês, Emmanuel Macron, na sua visita a Beirute.

Mas o processo está num impasse devido a divergências sobre a atribuição das pastas ministeriais. O principal obstáculo vem do movimento xiita Hezbollah, “peso pesado” da política libanesa, e do seu aliado Amal, dirigido pelo presidente do parlamento, Nabih Berri, que exigem a pasta das Finanças.

“Os males dos libaneses (…) necessitam da cooperação de todas as partes para facilitar a formação de um governo de missão com um programa específico que essas forças se comprometeram a apoiar”, sublinhou Adib num comunicado.

O primeiro-ministro designado apelou a todas as forças políticas para “trabalharem sem demora para o sucesso da iniciativa francesa, que abre caminho para o resgate do Líbano e trava a deterioração acelerada” da situação geral.

O Líbano vive há um ano uma das piores crises económicas, sociais e políticas da sua história, marcada pela queda da sua moeda, uma hiperinflação e o empobrecimento em larga escala da população.

A crise foi amplificada pela pandemia da covid-19 e pela trágica explosão de 04 de agosto no porto do Beirute, que catalisou a mobilização da comunidade internacional. Esta exige, no entanto, reformas em contrapartida do apoio no valor de vários milhares de milhões de euros.

“Qualquer novo atraso agravará a crise”, alertou Adib, adiantando: “Não creio que alguém possa ter na sua consciência ter causado mais dor a este povo”.

Adib assegurou que vai prosseguir os esforços para formar um novo governo, em cooperação com o chefe de Estado, Michel Aoun, mas os media libaneses já previram a eventual renúncia do primeiro-ministro designado devido às complicações.