Este pedido advém do facto de o antigo chefe de gabinete do ex-primeiro ministro, Vítor Escária, ter uma 'pen-drive' com a identificação e outros dados pessoais de centenas de agentes de vários serviços públicos. António Costa disse desconhecer "em absoluto do que se trata".
"A Iniciativa Liberal entende que este é mais um infeliz exemplo da falta de existência de uma cultura de segurança transversal no Estado. Neste caso, uma falta na segurança da informação e uma inaceitável falta de segurança dos funcionários visados", referem no pedido de audição à porta fechada a que o SAPO24 teve acesso.
A Iniciativa Liberal entende assim que "os antigos chefes de gabinete do ex-Primeiro Ministro Dr. António Costa, Dr. Vítor Escária e Dr. Francisco André, o diretor dos Serviços de Informações e Segurança, Dr. Adélio Neiva da Cruz, o diretor dos Serviços de Informações Estratégicas de Defesa, Dr. José Pedro Martinho da Costa, o diretor da Polícia Judiciária, Dr. Luís Neves, a diretora-geral da Autoridade Tributária, Dra. Helena Borges, e o ex-Primeiro-Ministro, Dr. António Costa" devem prestar esclarecimentos sobre a ‘pen drive’, e respetivo conteúdo, encontrada no gabinete do chefe de gabinete do Primeiro-Ministro.
Em conferência de imprensa, no parlamento, o presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, considerou que está em causa informação importante para a segurança do Estado e que é essencial o parlamento ouvir não só António Costa, atual presidente do Conselho Europeu, que tem a prerrogativa de responder por escrito, como também os seus dois últimos chefes de gabinete: Francisco André e Vítor Escária.
Para o presidente da IL, este caso “pode configurar uma situação criminosa e, sobretudo, é uma falha da informação que pode causar questões muito melindrosas ao Estado português”.
“Estamos aparentemente perante uma falha grave de confidencialidade de assuntos muito melindrosos que podem pôr em causa a segurança do Estado. É obrigação da IL trazer ao parlamento os responsáveis, as pessoas que estavam em funções nessas alturas e quem teve acesso a essa informação”, justificou.
“Não queremos imaginar que essa informação tenha sido utilizada sequer e muito menos utilizada para alguma finalidade política”, completou.
Recorde-se que de acordo com a Sábado, a pen encontrada no cofre do antigo chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, contém nomes e outros dados pessoais de centenas de agentes do Serviço de Informações e Segurança (SIS), Serviço de Informações Estratégicas e Defesa (SIED), Polícia Judiciária e Autoridade Tributária.
Assim, a investigação, que estará em curso desde dezembro, visa perceber se está em causa um eventual crime de violação do Segredo de Estado.
Segundo o Expresso, nem Vitor Escária nem António Costa foram confrontados com a investigação.
Este caso levou à demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro ainda continua em investigação e o processo foi, entretanto separado em três inquéritos.
Entre os arguidos estão o antigo chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o advogado e consultor Diogo Lacerda Machado, os administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba.
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