Na terça-feira, aquele canal árabe citou um comunicado alegadamente emitido pelo porta-voz do ELN Ahmed Mismari, que afirmava que o avião pertencia à Operação Sophia, missão da UE para combater o tráfico de migrantes no Mediterrâneo, e tinha sido abatido por engano, prometendo entregar em breve o piloto.
Mais tarde, a cadeia de televisão esclareceu que a informação foi veiculada por "uma conta de Facebook falsa atribuída falsamente ao porta-voz do ENL" e acrescentou que o próprio exército do marechal Khalida Haftar tinha emitido um comunicado a desmentir que o piloto trabalhasse para a União Europeia.
O ELN esclareceu ainda que não iria entregar o piloto ao seu país.
Já na terça-feira, a Operação Sophia negou que estivesse ao seu serviço o avião abatido na Líbia.
“Nenhum avião da (Operação) Sophia foi abatido (hoje na Líbia)”, disse hoje à Lusa Antonello de Renzis Sonnino, porta-voz daquela organização europeia, numa mensagem enviada a partir da sede, em Roma.
Também a Força Aérea portuguesa esclareceu que, atualmente, Portugal não tem meios nem militares na Operação Sophia, da União Europeia, e que também não tem aeronaves como a que foi abatida na Líbia.
Ao final do dia de terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, esclareceu que não está confirmado que o homem que pilotava o avião abatido na Líbia seja português.
As forças leais ao marechal Khalida Haftar anunciaram na terça-feira ter abatido na Líbia um avião das forças leais ao Governo reconhecido pela ONU e capturado o piloto, que afirmaram ser de origem portuguesa.
O ENL divulgou imagens do piloto, que parece ferido, e numa dessas fotografias pode ver-se o comandante das operações militares do ENL na região oeste, general Abdessalem al-Hassi, acrescenta a AFP.
Num vídeo do suposto piloto, um dos combatentes do ENL pergunta-lhe em inglês se é militar e ele responde: "Não. Sou um civil".
A Líbia tem sido vítima do caos e da guerra civil desde que, em 2011, a comunidade internacional contribuiu militarmente para a vitória dos diferentes grupos rebeldes sobre a ditadura de Muammar Kadhafi (entre 1969 e 2011). Kadhafi
Os combates opõem as forças do Governo de Acordo Nacional, reconhecido pela comunidade internacional, ao Exército Nacional Líbio proclamado pelo marechal Haftar, homem forte do leste líbio que ordenou, em 04 de abril, a conquista da capital, Trípoli.
Segundo as Nações Unidas, os confrontos já causaram pelo menos 432 mortos, 2.069 feridos e mais de 55 mil deslocados.
Os dois lados acusam-se mutuamente de recorrer a mercenários estrangeiros e de beneficiar do apoio militar de potências estrangeiras.
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