“Todos percebemos que é uma afirmação despropositada. O Partido Socialista tem a sua matriz e nem sequer a sua matriz está a saber executar. Portanto, vale como anedota e vale como reconhecimento do caminho que a Iniciativa Liberal está a fazer na afirmação dos princípios e das ideias liberais”, afirmou o líder liberal.
Rui Rocha, que falava à agência Lusa à margem de um encontro dos líderes dos partidos liberais europeus, que decorre na Suécia, comentava uma afirmação feita na sexta-feira pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que defendeu que “a expressão mais forte e mais legítima do liberalismo político clássico é a social-democracia” e que em Portugal o representante é o PS e não a Iniciativa Liberal.
“Se o Partido Socialista faz mal socialismo, faria péssimo liberalismo, obviamente”, ironizou.
Por outro lado, o líder da IL elogiou a postura adotada nas últimas semanas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerando que este “agora está muito mais focado no exercício da governação” e “menos na oposição”.
“Eu creio que o senhor Presidente da República nas últimas semanas focou a sua atuação em algo que me parece muito importante que é a exigência sobre o Governo e o primeiro-ministro, António Costa. Antes disso estava muito focado nas questões da alternativa e agora está muito mais focado no exercício da governação. Eu saúdo isso”, sublinhou.
Sobre o encontro em Estocolmo com os partidos liberais europeus, Rui Rocha adiantou que foram discutidos temas como a Guerra na Ucrânia, os mecanismos de Estado de Direito Europeu, crescimento económico, inteligência artificial e estratégias para combater os populismos e os extremismos.
“Da nossa parte um grande compromisso de defendermos as políticas liberais que têm conduzido a Europa e diversos países europeus a um caminho de progresso e de crescimento económico”, apontou.
Na sexta-feira à tarde, durante uma sessão promovida pela Juventude Socialista, o presidente afirmou que “a expressão mais forte e mais lídima, mais legítima, mais natural do liberalismo político clássico é a social-democracia, e em Portugal é o PS. Não é a Iniciativa Liberal. Há uma confusão terrível entre o liberalismo político clássico e o liberalismo económico e, recentemente, o neoliberalismo”, justificou, antes de recomendar a leitura de Francis Fukuyama.
O presidente da Assembleia da República considerou hoje falsa a tese do descrédito do PS e PSD, e definiu os socialistas portugueses como sendo a expressão mais autêntica do liberalismo político clássico e não a Iniciativa Liberal.
Estas posições foram defendidas por Augusto Santos Silva, na qualidade de militante socialista e deputado do PS eleito pelo círculo Fora da Europa, numa sessão promovida pela JS, intitulada “Jornadas pela Democracia no Século XXI”.
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