Em declarações aos jornalistas no Palácio de Belém, no final de uma audiência com o Presidente da República, Rui Rocha considerou que “é obrigação” de António Costa esclarecer o que se passou e se o Governo “teve alguma intervenção” neste caso.
Ao afirmar que este “tratamento foi decidido não se sabe por quem, porque os médicos envolvidos não se pronunciaram a favor”, o líder da IL quer que o primeiro-ministro diga também se “sabe o que se passou” e se “fez algum tipo de diligência adicional para saber o que se passou”.
“Há um conjunto de perguntas que ficam ainda sem resposta por parte de quem tinha obrigação de responder. O senhor Presidente da República já partilhou a sua visão desses factos, mas o primeiro-ministro ainda não veio esclarecer os portugueses, e creio que num momento em que estamos com tantas dificuldades de acesso dos portugueses ao sistema nacional de saúde, é mesmo uma obrigação do primeiro-ministro vir esclarecer o que se passou nesse caso”, defendeu.
Rui Rocha fez este desafio depois de questionado sobre a resposta do primeiro-ministro ao médico António Sarmento, publicada hoje no jornal Público.
Sobre esta matéria, considerou que as palavras de António Costa não passam de “um conjunto de intenções, de números que vão sendo atirados, mas resultados não existem”.
“É atirar números e intenções e propaganda para cima dos problemas, sem os resolver”, criticou.
O presidente da IL falava no Palácio de Belém, em Lisboa, no fim de uma reunião entre uma delegação do partido e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que começou hoje uma ronda de audiências aos partidos com assento parlamentar centrada no Orçamento do Estado para 2024.
A delegação era composta também pela vice-presidente do partido Ana Vasconcelos Martins, pelo líder parlamentar, Rodrigo Saraiva, e pelo deputado e ex-líder, João Cotrim de Figueiredo.
Rui Rocha anunciou que a IL vai apresentar propostas de alteração ao orçamento para o próximo ano “que têm uma orientação muito clara de pôr Portugal a crescer e a funcionar”.
“Apresentaremos uma proposta de descida do IRS extremamente ambiciosa – eu diria a mais ambiciosa apresentar por qualquer partido neste orçamento – e que tem uma particularidade que é trazer um IRS mais baixo, mais simples e mais justo para todos os portugueses”, indicou, explicando que se tratará de “uma taxa única para os rendimentos mais baixos e a classe média”.
O presidente da IL defendeu que a proposta do Governo “não é o único orçamento possível, há outros orçamentos possíveis, e um deles é aquele que a IL concretiza através das suas propostas”.
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