Membros do cartel de traficantes de droga, dirigido por “Otoniel”, ameaçaram na quinta-feira matar quem saísse à rua, durante quatro dias, nas zonas onde operam em Antioquia e nas províncias de Cordoba, Sucre e Bolivar.

Em dois dias, “mais de 100 veículos (…) foram atingidos”, declarou, na sexta-feira, o ministro do Interior colombiano, Daniel Palacios, que ofereceu uma recompensa equivalente a 7.300 dólares (6.900 euros) por qualquer informação sobre os responsáveis pelos ataques.

No norte de Antioquia, jornalistas, que pediram para não serem identificados, disseram ter visto camiões incendiados na berma das estradas, de acordo com a agência de notícias France-Presse.

Os jornalistas viram também um comando armado de seis homens, um com uma espingarda e os restantes com armas ligeiras, parar um veículo, obrigar os passageiros a sair antes de o incendiar.

Dairo Antonio Usuga, conhecido como “Otoniel”, de 50 anos, foi extraditado na quarta-feira para Nova Iorque, onde está a ser julgado por tráfico de cocaína.

O colombiano foi acusado de dirigir uma empresa criminosa entre junho de 2003 e em outubro de 2021, data em que foi detido, e de associação internacional de criminosos para fabricar e distribuir cocaína para exportação ilegal para os Estados Unidos, disse o procurador federal de Brooklyn Breon Peace.

Na quinta-feira, “Otoniel” declarou estar inocente perante um tribunal federal de Nova Iorque. A próxima audiência está marcada para 2 de junho e se for considerado culpado, o líder do Clã do Golfo pode ser condenado a prisão perpétua.

O ministro da Defesa colombiano, Diego Molano, anunciou a “criação de uma unidade de investigação especializada” para desmantelar o Clã do Golfo.

De acordo com o centro independente de estudos sobre o desenvolvimento da paz (Indepaz), a organização conta ainda cerca de 1.700 membros.