“A situação pandémica em Portugal é muito grave, está descontrolada, e o CDS exige ao Governo que tome medidas urgentes” e “eficientes, que possam dar resposta a todos os portugueses que estão a sofrer com a pandemia”, afirmou, referindo que hoje é “um dia particularmente preocupante”, com um novo máximo de infeções pelo novo coronavírus, 10.027.
O líder centrista falava aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, no final de uma reunião com a Associação Nacional de Farmácias, e pediu ao Governo liderado pelo socialista António Costa que os “idosos com mais de 80 anos sejam incluídos na primeira fase da vacinação”.
Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que sejam também postas em práticas duas propostas apresentadas pelo partido no âmbito do Orçamento do Estado, mas que foram rejeitadas, o “vale-farmácia”, para comparticipar a compra de medicamentos pelos idosos, e a “via verde saúde”, com o objetivo de recuperar as consultas, exames e cirurgias atrasadas, através da contratualização com o setor social e privado.
Na sua ótica, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “não tem capacidade, nem mãos a medir sozinho para dar resposta a todos os doentes que precisam de uma consulta, de um exame ou de uma cirurgia”, e referiu que o partido vai insistir nas suas propostas porque “infelizmente, a realidade tem dado razão ao CDS”.
Garantindo pelo que “o CDS não vai desistir até que estas duas propostas sejam aprovadas no parlamento”, o democrata-cristão adiantou que o partido vai voltar a apresentá-las, lamentando que nas votações do Orçamento do Estado o “vale farmácia” não tenha sido aprovado “por muito pouco” e a “via verde saúde” não tenha merecido aprovação “por preconceito ideológico das esquerdas”.
Insistindo que “a situação é grave e é preocupante”, o presidente do CDS defendeu que mais vulneráveis, como os idosos, com uma taxa de letalidade maior, “estão a ser deixados para trás” e alertou que “um em cada dez portugueses não tem dinheiro para comprar os seus medicamentos”.
“O CDS alertou em tempo útil que, ao não abrir a capacidade instalada da em Portugal saúde ao setor particular e social, iríamos chegar à rutura e à falência do nosso SNS, e esse dia chegou hoje, com o anúncio da ministra a suspender toda a atividade não urgente no nosso SNS”, criticou, salientando que o Governo “acabou de fechar definitivamente a porta a todos os doentes não covid em Portugal”.
Sobre a votação da declaração do estado de emergência, na qual o CDS se tem abstido, Francisco Rodrigues dos Santos reiterou que os centristas estão “ao lado do Presidente da República na necessidade de haver um estado de emergência para aplicar medidas restritivas e preventivas que achatem a curva dos contágios”, mas recusou alinhar com um Governo que “omite da oposição as medidas que toma”.
“As medidas que o Governo vem tomando são ineficazes, têm um efeito perverso na economia e não estão a ser capazes de achatar a curva dos contágios”, criticou.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.869.674 mortos resultantes de mais de 86,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 7.377 pessoas dos 446.606 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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