“Vou começar esta semana as discussões com todos os líderes dos partidos representados no parlamento”, avançou Sebastian Kurz aos jornalistas.

Segundo referiu, as suas prioridades passam por fazer face “ao mau momento da economia”, por voltar a reduzir impostos e por combater a imigração ilegal e o aquecimento global.

Revelados na quinta-feira, os resultados finais das legislativas austríacas deram a vitória ao ÖVP de Kurz, com 37,46% dos votos, muito à frente dos social-democratas (SPÖ, 21,18%), da extrema-direita FPÖ (16,17%), dos Verdes (13,9%) e dos Liberais (8,1%).

Sebastian Kurz governou 18 meses com o FPÖ até o Governo cair na sequência de um escândalo de corrupção que envolveu a extrema-direita.

O seu primeiro Governo, formado em dezembro de 2017, não resistiu à revelação de imagens que mostraram o ex-líder do FPÖ e número dois do executivo, Heinz-Christian Strache, reunido com enviados russos para negociar donativos para o Partido da Liberdade da Áustria.

O governo implodiu em maio e o FPÖ foi sancionado em setembro, face a novas suspeitas de desvios de dinheiro, tendo perdido 9,8 pontos percentuais em relação aos votos nas eleições anteriores.

“Não vemos o resultado das eleições como um mandato para formar Governo”, explicou na semana passada o novo líder do FPÖ, Norbert Hofer, acrescentando que o partido “poderá reavaliar a situação” no próximo ano.

Privado do seu anterior aliado, Sebastian Kurz poderá fazer uma coligação com os sociais-democratas, que obtiveram a pior votação da sua história, mas ficaram em segundo lugar, ou virar 180 graus e juntar-se aos Verdes, grandes vencedores das eleições, com mais 10 pontos do que na votação anterior.

O líder deste partido ambientalista, Werner Kogler, alertou, no entanto, que só ponderaria um acordo para formar Governo se Kurz fizer uma “mudança política radical”, exigindo compromissos concretos em questões ambientais.

O Presidente austríaco, Alexander Van der Bellen, ex-líder dos Verdes, avisou hoje que a “proteção do clima” deve ser levada muito a sério pelo próximo executivo.