“Nós precisávamos, hoje, de estar a crescer o dobro daquilo que estamos a crescer (…). E, portanto, não querendo naturalmente dizer que é negativo que uma estimativa de crescimento seja revista em alta, isso é óbvio que eu não direi isso, mas que o país tem de ter capacidade de gerar mais riqueza, criando mais investimento e mais condições para as empresas serem competitivas”, referiu, em declarações à margem da sessão de abertura do Congresso da Juventude do Partido Popular Europeu.
O Banco de Portugal reviu hoje em alta as projeções para o PIB, salientando o desempenho acima do esperado no primeiro trimestre e apontando para um crescimento de 2,7% este ano e 2,4% em 2024.
Na reação, o líder do PSD disse que o que vê é “sobretudo um país que tem mulheres e homens que todos os dias têm muita dificuldade em pagar as suas contas”.
Aludiu a “um custo de vida que cresceu muito no último ano e meio”, sendo o resultado a “incapacidade” para pagar as despesas mais basilares na alimentação, na energia e nos combustíveis” e nos serviços de saúde.
“Agora, evidentemente que o país é melhor que cresça mais do que cresça menos. Infelizmente, no cômputo geral, a última década foi uma década de estagnação económica, foi uma década que não deu a Portugal aquilo que era suposto, nomeadamente através das políticas europeias que nos auxiliam, nomeadamente em termos de financiamento, de uma maneira nunca antes vista”, disse ainda.
O líder do PSD reiterou que há condições para baixar os impostos em Portugal, apontando desde logo o IRS, para o qual defendeu uma “descida significativa” até ao sexto escalão.
Ainda sobre o IRS, propôs uma taxa máxima de 15 por cento para os jovens até aos 35 anos.
“É chegada a hora de ousar diminuir os impostos sobre os rendimentos do trabalho em primeiro lugar”, referiu.
Montenegro defendeu ainda a baixa do IVA na eletricidade, no gás e nos combustíveis e a descida progressiva da taxa de IRC.
“Eu já tive ocasião de dizer e reitero que nós temos em Portugal, no ano de 2023, como já tivemos no ano de 2022, um excedente orçamental, do ponto de vista da arrecadação de receita fiscal. Portanto, o Governo está a cobrar mais impostos do que os muitos que já estimava cobrar com o crescimento da receita fiscal e contributiva do Orçamento do Estado”, disse o líder do PSD.
Acrescentou que, por outro lado,” as pessoas estão asfixiadas, as empresas estão asfixiadas, as instituições estão asfixiadas em muitos impostos”.
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