Drouet, que já havia sido detido numa manifestação anterior, foi preso enquanto se dirigia para os Campos Elísios, palco de violentos confrontos nas últimas semanas nos protestos dos "coletes amarelos", informou a procuradoria.

"É preciso respeitar o estado de direito", declarou o ministro da Economia, Bruno Le Maire, nesta quinta-feira, ao falar à France Inter.

"É normal que, quando a lei republicana não é respeitada, as consequências sejam pagas", acrescentou o ministro das Finanças, Gérard Darmanin, à televisão Cnews.

Várias dezenas de manifestantes reuniram-se na tarde de quarta-feira diante de um restaurante da cadeia McDonald's perto do Arco do Triunfo para esperar a chegada de Drouet.

Camionista de profissão, que aparece na televisão como porta-voz dos "coletes amarelos", convocou o protesto num vídeo postado na sua página no Facebook para uma “ação” na boulevard parisiense.

"Hoje à noite, não vamos fazer uma grande ação, mas queremos chocar a opinião pública. Vamos todos sem casacos" disse Eric Drouet.

Drouet já havia sido preso em 22 de dezembro durante o sexto sábado consecutivo de manifestações em Paris por "carregar uma arma proibida" - um pedaço de pau - e será julgado por essa ofensa em 5 de junho.

Jean-Luc Mélenchon, líder do partido de extrema-esquerda "França Insubmissa", reagiu no Twitter a esta nova detenção.

"Mais uma vez Éric Drouet é preso? Por quê?" Abuso de poder. A polícia política agora assedia os líderes do movimento dos Coletes Amarelos", protestou.

Um comentador político da canal de televisão informativo BFM, Bruno Jeudy, disse que esta prisão corre o risco de transformar Drouet num "mártir" precisamente no momento em que o movimento se dispersava e parecia perder força: apenas 200 "coletes amarelos" participaram da última manifestação convocada na Campos Elísios para a véspera de Ano Novo.

Os "coletes amarelos" começaram em outubro como um movimento contra o aumento dos impostos sobre o combustível, mas rapidamente acrescentaram-se outras reivindicações que juntas afirmaram-se enquanto oposição à política social e fiscal do governo de Emmanuel Macron.

Os manifestantes, que repetidamente ignoraram a lei que exige que se obtenha autorização prévia para se manifestar, enfrentaram regularmente as forças de ordem em Paris e noutras cidades da França.

Em meados de dezembro, após semanas de violência, Macron tentou acalmar a revolta ao adiar o aumento de combustível e outras medidas destinadas aos trabalhadores e reformados mais carentes, como o aumento do salário mínimo.