“No entender da Liga Portuguesa de Proteção Civil esta é, de facto, uma situação que deve levantar preocupação, tendo em conta que a maioria do socorro em Portugal está assente em corpos de bombeiros de base voluntária”, lê-se num comunicado.

No documento assinado pelo secretário-geral João Correia Martins, a Liga de Proteção Civil “apela a todos os envolvidos (dirigentes, quadro de comando, quadro ativo) que procurem, em conjunto, soluções para as causas que criaram esta divisão”.

Para a organização, “só este compromisso para encontrar soluções para as causas da divisão entre os envolvidos, poderá ser a verdadeira solução para uma questão que afeta não só os Bombeiros Voluntários de Vila do Conde, enquanto instituição, mas também a população que depende desse corpo de bombeiros para garantir a sua segurança”.

A Liga Portuguesa de Proteção Civil reconhece “a legitimidade de solicitação de passagem ao quadro de reserva” que deve ser utilizado “apenas para os efeitos dispostos na lei” e sublinha que todos os bombeiros “estão legalmente sujeitos a um conjunto de deveres e direitos com o objetivo de garantir de forma permanente o socorro a pessoas e bens”.

Para a organização, “a única solução para as causas do desentendimento” no corpo de bombeiros de Vila do Conde “só pode ser encontrada com disponibilidade das partes para o diálogo”.

Em causa, tal como avançou a Lusa, estão mais de 50 voluntários dos Bombeiros de Vila do Conde que pediram a passagem ao quadro de reserva devido a um alegado “clima de hostilidade” promovido pela direção.

A Associação Nacional de Bombeiros e Agentes de Proteção Civil Fénix, defendeu, por sua vez, que a solução para travar a saída em bloco dos bombeiros dos Voluntários de Vila do Conde é “a direção apresentar de imediato a sua demissão”, segundo disse à Lusa o presidente Carlos Silva.

A Lusa tentou sem sucesso contactar por telefone a presidente dos Voluntários de Vila do Conde, Emília Furtado. Enviou também um ‘email’ a pedir esclarecimentos, mas não obteve ainda resposta.

Contactado pela Lusa, o comandante da corporação, Joaquim Moreira, afirmou estar “preocupado com a situação” e que o número de bombeiros voluntários que já fez o pedido “ultrapassa já os 60”.