“Uma estratégia que leva ao aumento de escala e a trabalhar em rede é uma boa iniciativa e merece todo o nosso apoio”, disse em declarações à Lusa, após o secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas, ter afirmado à agência que vão ser criados Gabinetes Técnicos Intermunicipais em cada uma das Comunidades Intermunicipais, anunciando ainda uma aposta na rede primária de defesa das florestas.

A criação de brigadas de sapadores florestais para a manutenção da rede primária e para a estabilização de casos de emergência é também um tema que está a ser discutido entre o Governo e as Comunidades Intermunicipais.

Marta Soares referiu à Lusa que as brigadas são uma resposta exigida há muito tempo.

“Dá resposta ao que os bombeiros andam a pedir há 50 anos. Não é nenhuma inovação e não se descobriu a pólvora, agora espero é que não se fique pela teoria. É importante que se ponha em prática e teriam evitado todas estas catástrofes”, salientou.

Sobre o facto de o segundo comandante distrital de Operações de Socorro de Leiria, Mário Cerol, e o comandante dos bombeiros de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, terem sido constituídos arguidos na sequência de um inquérito ao incêndio de Pedrógão Grande, Marta Soares pediu “serenidade”.

“Não ponho em causa os direitos da Justiça para analisar tudo o que se passou, não admito é declarações persecutórias, porque ainda estamos numa fase de indícios, não há nenhuma acusação. Espero que não haja precipitações, é preciso serenidade e respeito por todos”, disse.

O presidente da LBP defendeu que o trabalho dos bombeiros “evitou muitas mais centenas” de mortes, lamentando as mortes causadas pelos incêndios que afetaram o país.

“Acredito que na justiça. Não é nenhuma desonra ser constituído arguido, mas não se pode ser condenado na praça pública. Não se esqueçam dos bombeiros que morreram também nos últimos 20 anos”, salientou.