“Estou muito feliz, sobretudo pelos jogadores. Todos ajudaram, jogando ou não, num cenário muito completo” devido à pandemia de covid-19, admitiu o antigo técnico do FC Porto.

O Sevilha venceu a sexta Liga Europa da sua história, em outras tantas finais, com um ‘bis’ do holandês Luuk de Jong e um autogolo do belga Lukaku, que tinha marcado para o Inter, a par do uruguaio Godín.

O técnico dedicou a vitória aos sevilhanos que “ajudaram do céu e desde as suas casas”, elogiando “a resiliência” do grupo que lidera, inserido “num clube magnífico”.

“Estou muito contente. Para mim é uma alegria imensa, mas peço prudência aos adeptos. Celebrem este triunfo, que é para eles e também para Reyes e Puerta [dois antigos jogadores do clube que morreram]”, declarou.

Do lado dos italianos, o técnico Antonio Conte admitiu que “foi muito bom treinar o Inter”, mas “tudo tem um limite”, após já ter, em julho, criticado a gestão da temporada, e abriu a porta à saída, uma decisão que tomará “em dois ou três dias”.

“Vamos regressar a Milão, teremos dois ou três dias de férias. Depois reuniremos e analisaremos a temporada, e planearemos o futuro do clube, com ou sem mim. (…) Trabalhámos muito e foi uma temporada dura. É preciso analisar a situação e tomar a melhor decisão para o bem do Inter”, atirou.

O técnico destacou a “experiência incrível” que teve nos vice-campeões italianos e assegurou que “não há nenhum rancor”, mas que precisa de “entender se a prioridade é o futebol ou a família”.

“Passou-se alguma coisa, isso é inegável. Há que entender se há vontade de todos de não voltar a repetir um ano destes. Vou estudar muitas situações, e é correto que o presidente faça o mesmo. Eu não faço marcha atrás”, sentenciou.

O presidente do Inter, o chinês Steven Zhang, não abriu a porta à saída, admitindo que todas as partes vão “descansar e depois estudar o futuro”, após uma época que classificou como “positiva”.

“Este ano não era para ser, voltaremos a tentar. É o bom da competição, pode-se sempre melhorar”, atirou.

O argentino Éver Banega despediu-se hoje do clube espanhol, prosseguindo a carreira na Arábia Saudita, com uma assistência para golo e “sem palavras”, após a vitória na Liga Europa, num dia “emotivo e triste” por deixar “o clube de uma vida”.

Agradeceu “aos colegas de equipa e à equipa técnica” e elogiou Lopetegui, que mostrou “que sem trabalho não se faz nada”, e que “agarrou na equipa” quando esta estava a perder na final.

Se o guarda-redes Samir Handanovic elogiou o Sevilha, um “grande rival”, o ‘veterano’ espanhol Jesús Navas, o ‘capitão’ que ergueu o troféu, reforçou a “superação” que o plantel manteve ao longo de uma temporada “difícil”, enquanto o francês Koundé, seu colega na defesa, elevou o clube à categoria de “um grande da Europa”.