Após a queda de Ben Ali em janeiro de 2011, o nome da jornalista, bloguista e “ciberdissidente”, chegou a ser aventado para o Nobel da Paz no final desse ano.
Antes da queda da ditadura, e apesar dos riscos, Lina Ben Mhenni divulgou durante anos na Internet as derivas autoritárias do regime. Nesse período, deslocou-se a numerosas localidades desfavorecidas do interior do país para inserir as reportagens no seu blogue “a tunisian girl".
Munida de uma pequena câmara, retransmitiu através das redes sociais as primeiras manifestações de protesto das populações locais contra o poder.
Após a imolação pelo fogo do vendedor ambulante Mohamed Bouazizi em 17 de dezembro de 2010, em protesto contra uma arbitrária atuação policial, Lina Ben Mhenni foi a primeira bloguista a deslocar-se a Sidi Bouzid, o berço da revolução.
A sua crónica da revolução em francês, inglês e árabe foi o culminar do seu envolvimento militante contra a ditadura.
Em 2011 publicou um livro intitulado “Rapariga tunisina, bloguista por uma primavera árabe”.
De seguida prosseguiu a militância para defender os direitos fundamentais na Tunísia, e apesar da sua frágil saúde participou em numerosas manifestações e processos relacionados com a liberdade de expressão.
Esta “voz da revolta tunisina”, assistente em língua inglesa numa universidade de Tunes, reconheceu que nos últimos meses estava a atravessar momentos muito dolorosos devido à doença, mas não deixou de denunciar o estado dos hospitais da capital durante os seus internamentos.
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