“O Turismo na Região de Lisboa registou um desempenho de excelência nos últimos anos, ultrapassando a maior parte das metas definidas no Plano 2015-2019”, lê-se no Plano Estratégico para o Turismo da Região de Lisboa 2020-2024, que é apresentado hoje e que foi aprovado pela Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa e pela Associação de Turismo de Lisboa.
Segundo dados disponíveis no documento, o Turismo é a atividade económica e social mais importante de Lisboa, tendo gerado, em 2018, 14,7 mil milhões de euros de receita e mais de 201 mil empregos, contribuindo com 20,3% para o Produto Interno Bruto (PIB) regional e com 15,4% para o emprego.
Nesse ano, a região de Lisboa recebeu mais de 7,4 milhões de turistas, o que representou cerca de 30% dos hóspedes totais do país. Mais de 5,2 milhões foram turistas estrangeiros e pouco mais de dois milhões hóspedes nacionais.
Contudo, segundo o Plano Estratégico para os próximos quatro anos, “desde 2017 verifica-se um abrandamento do crescimento de hóspedes, com 4,7% em 2018 face a 13,4% desde 2013”.
Quanto ao perfil do turista médio que visitou a região de Lisboa houve uma “evolução positiva”, já que os perfis que mais cresceram, como os grupos de amigos adultos, “tendem a gastar mais e a ficar mais tempo”.
Em 2018, os turistas estrangeiros estiveram em média 4,5 dias na região de Lisboa e o gasto médio individual por estadia, não incluindo transportes, foi de 842 euros.
No ‘top 10’ por nacionalidade estiveram os franceses, espanhóis, brasileiros, americanos, alemães, britânicos, italianos, chineses, holandeses e canadianos.
Entre estes, foram os chineses que mais dinheiro gastaram durante a estadia, numa média de mais de 1.500 euros, seguidos pelos americanos, com um gasto médio por estadia de mais de 1.200 euros, e pelos brasileiros, que despenderam mais de mil euros em média.
Os franceses e espanhóis, que ocuparam os dois primeiros lugares do ‘top 10’ por nacionalidades, foram os turistas desta lista que menos gastaram: 790 e 670 euros por estadia, respetivamente.
As estadias curtas (‘cit/short break’) continuaram a ser a principal motivação da procura da região de Lisboa, com “o sol e o mar (incluindo o ‘surf’) e o golfe a serem os produtos que apresentaram um maior crescimento.
Contudo, Lisboa é um destino periférico no contexto europeu, dependente do aeroporto para 95% da chegada de turistas.
Por isso, lê-se no documento, “a capacidade do aeroporto de Lisboa em termos de passageiros condiciona o crescimento do turismo na região de Lisboa”.
O novo Terminal de Cruzeiros, com capacidade para 800 mil passageiros, teve em 2018 uma taxa de utilização de 72%, estando “longe de atingir o seu potencial.
Porém, a sua localização, lê-se no documento, os programas e os meios de transporte utilizados pelos ‘cruzeiristas’ constituem “um fator de constrangimento”, provocando uma elevada concentração de turistas em poucos locais de Lisboa, Cascais e Sintra.
“A atividade de cruzeiros tem benefícios, mas requer soluções para mitigação dos seus impactos negativos”, nomeadamente colocando-se o “foco em navios de menor porte e cadeias de cruzeiro com menor impacto ambiental”, além de um “eventual desenvolvimento de pontos de acostagem complementares noutras zonas do destino”, é defendido.
Mas, segundo o plano estratégico 2020-2024, o principal obstáculo para a mobilidade na região de Lisboa é o rio Tejo, “que ‘divide’ o destino em dois e limita a dinamização da margem sul”, enquanto a margem norte “sofre de falta de qualidade de meios e serviços em termos de acessibilidade”.
“O fluxo turístico evidencia um elevado grau de contenção geográfica e reduzido desenvolvimento de novas atrações principais”, lê-se no Plano Estratégico 2020-2024, que propõe a criação de 12 polos turístico na região de Lisboa, mais protagonismo para o Tejo e a aposta em produtos transversais a todo o destino.
Além disso, Lisboa precisa de uma “oferta hoteleira ‘premium’”, que potencie “um superior grau de qualificação e imagem, e a oferta cultural clássica da capital está “aquém da importância do destino e de outras componentes da oferta da cidade”, com a gastronomia e a restauração a constituírem “um fator cada vem mais diferenciador na experiência do turista”.
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