Durante a manhã, pelas 11:45, 16 casais vão contrair matrimónio nos Casamentos de Santo António, evento organizado pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), numa cerimónia civil a realizar nos Paços do Concelho, seguindo-se a religiosa na Sé de Lisboa, às 14:00.

À noite, os casais de Santo António juntam-se ao tradicional desfile das Marchas Populares na Avenida da Liberdade.

Com centenas de participantes, as marchas contam com a participação de 20 grupos: Alfama – vencedora em 2018 -, S. Vicente, Carnide, Bica, Bela Flor-Campolide, Ajuda, Baixa, Madragoa, Penha de França, Graça, Beato, Marvila, Bairro da Boavista, Olivais, Mouraria, Parque das Nações, Castelo, Alto do Pina, Alcântara e Bairro Alto.

Em extracompetição, vão desfilar pela avenida as marchas Infantil “A Voz do Operário”, Mercados, Santa Casa, e a convidada Popular de Ribeira de Frades (Coimbra).

O trânsito na zona do Marquês de Pombal e da Avenida da Liberdade vai estar condicionado entre hoje e quinta-feira, devido às marchas, de acordo com a PSP.

A partir das 14:00 de hoje, vão existir condicionamentos de trânsito no eixo central da Avenida da Liberdade, entre a Rua Alexandre Herculano e o Largo da Anunciada.

Às 17:00 haverá corte de trânsito no eixo central da Avenida, entre a Rua das Pretas e Rua Alexandre Herculano e, a partir das 18:30, será interditada a circulação rodoviária entre a Praça Marquês de Pombal e a Praça D. Pedro IV (Rossio).

Esta interdição ao trânsito decorrerá até às 08:00 de quinta-feira.

A polícia aconselha ainda o uso dos transportes públicos, por ser mais prático e para se evitar conduzir depois de beber.

Hoje, espera-se uma grande afluência de visitantes no centro da cidade de Lisboa – para celebrar o santo padroeiro da capital –, espalhados pelos diversos arraiais, com muita animação, sardinha assada e música popular.

As festas de Lisboa começaram no dia 01 de junho e terminam no dia 30.

Casamentos de Santo António organizados pela primeira vez na íntegra pela EGEAC

Os Casamentos de Santo António sobem hoje ao altar pela 23.ª vez desde 1997, mas são a primeira edição integralmente organizada pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), anunciou hoje a coordenadora do evento.

“A principal novidade é a de que a EGEAC assumiu o papel de organizador. Embora a empresa, nos últimos anos, estivesse muito envolvida na organização [com a Câmara Municipal de Lisboa], este ano é a promotora dos Casamentos de Santo António”, explicou Maria do Carmo Rosa à agência Lusa.

créditos: JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA.

O evento, que já teve o nome de “Noivas de Santo António”, esteve 23 anos sem se realizar após o 25 de Abril de 1974, tendo sido retomado em 1997.

De acordo com a coordenadora geral dos casamentos, uma cerimónia como esta demora um ano a ser preparada e conta com o envolvimento dos espaços culturais que são geridos pela EGEAC.

“No total temos 63 parceiros, onde se incluem as alianças, os vestidos de noiva, fraques, sapatos, noite de núpcias, bouquets, decoração e catering, enxoval e até despedida de solteiros”, enumerou Maria do Carmo Rosa, sublinhado que o “evento é preparado ao longo de um ano, com vários momentos”.

Com os casamentos deste ano, vão passar a ser 369 os casais que deram o nó na cerimónia religiosa, que decorre na Sé de Lisboa, bem como nos Paços do Concelho, onde acontece a cerimónia civil, e na Mesquita Central de Lisboa, onde ocorreu um casamento muçulmano há 18 anos.

“Em 1997, a Câmara Municipal de Lisboa retomou o evento e fixou o número de casais em 16, uma exceção para 2001, em que casou um casal muçulmano na Mesquita [Central de Lisboa], realçou a coordenadora dos Casamentos de Santo António, recordando que “nesse ano foram 17 os casais que contraíram matrimónio”.

Segundo a responsável, a organização deste evento, que junta 16 casais (este ano 11 casam em cerimónia religiosa e cinco em cerimónia civil), prolonga-se durante um ano e o número de pessoas envolvidas varia consoante “os vários momentos”, indicando que, no dia, “são mais de 40 as pessoas que constituem a equipa organizadora”.

À semelhança do que aconteceu em 2018, este ano, a organização dos Casamentos de Santo António recebeu 60 inscrições, apesar de serem selecionados apenas 16 casais.

Os critérios de seleção obrigam a que, pelo menos, um dos noivos resida na capital portuguesa.

Desde 1997, foram já 706 os noivos e noivas que escolheram o 12 de junho para casar, perfazendo 353 casais ao todo.

Cada casal tem direito a levar 20 convidados para as cerimónias e para o copo de água, que decorre na Estufa Fria, no Parque Eduardo VII, em Lisboa.

Para Maria do Carmo Rosa, os 20 convidados, definidos como limite, são o número possível num evento desta natureza e que permite organizar o evento com segurança e dignidade.

“Este evento, pela sua natureza, tem uma logística complexa. Envolve muitos pormenores. É um evento público transmitido em direto pela televisão, há um número de pormenores intermináveis que têm de ser preparados, para que nada falhe no dia”, salientou a responsável.

Após a seleção dos casais, ocorrem os ensaios de preparação, durante dois meses, da responsabilidade do diretor artístico, Luís Moreira, que ensaia os noivos há mais de duas décadas.

“Ensaia os casais para dançar a valsa no Copo d’Água e prepara-os para as cerimónias, ensaiando todos os passos do dia e permitindo que, no dia 12 de junho, estejam à vontade e saibam exatamente o que fazer em cada momento das várias cerimónias”, disse Maria do Carmo Rosa.

Há mais de 10 anos que a RTP é a televisão oficial dos Casamentos de Santo António e transmite em direto para todo o país e para o mundo através da RTP Internacional.

A organização vai colocar um ecrã no Largo da Sé, onde a cerimónia será transmitida, em direto, para o público e haverá uma atuação musical do Ricardo Carriço na cerimónia civil.

Segundo Maria do Carmo Rosa, não haverá largada de balões na Praça do Município, mas uma surpresa no momento em que terminam os casamentos civis.

A coordenadora do evento referiu também que os Casamentos de Santo António “é algo muito particular que só existe em Lisboa”, “uma experiência única que tem também uma dimensão social”, que raramente é mostrada.

Para a responsável, a cerimónia é uma tradição antiga que “foi reinventada e apropriada ao ponto de continuar a ser muito querida pela população, como as candidaturas e o acompanhamento do público demonstram”, onde se “celebra o amor da forma mais tradicional possível”.

O dia dos noivos tem início pelas 07:30 com a preparação nos Paços do Concelho e só termina à noite, depois do desfile das marchas populares na Avenida da Liberdade.

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