"Lisboa está numa situação que não é fácil. O número de casos excedeu o patamar dos 120 [casos por 100 mil habitantes], entrou em situação de alerta. Na última semana, o número de casos por 100 mil habitantes continuou a progredir, embora a um ritmo mais lento, significa que Lisboa amanhã, que é o dia da avaliação, não irá progredir relativamente ao desconfinamento", explicoi Fernando Medina no seu espaço de comentário semanal na TVI24.

Todavia, o autarca esclareceu que a capital também não vai dar um passo atrás, ou seja, mantém-se na mesma fase de desconfinamento do que atualmente. "Lisboa não tem condições de fazer esse avanço", disse.

Durante a última semana, o número de infeções na capital "continuou a progredir, embora a um ritmo mais lento". A autarquia já tinha confirmado que os arraiais de Santo António não se iriam realizar, por causa do aumento de casos de covid-19 na capital.

A "grande questão" é saber se vai ser possível, "durante as próximas semanas, controlar a situação, eventualmente conseguindo que ela se reduza e melhore, ou então se se vai registar um agravamento da situação", explicitou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

De acordo com o Público, para a avaliação do Governo conta o facto de na última avaliação da média de novos casos por 100 mil habitantes nos anteriores catorze dias, a incidência ter sido de 181 casos no concelho de Lisboa. Desta forma, se este indicador não baixar para menos de 120 novos casos, a capital será travada no desconfinamento.

O Conselho de Ministros de amanhã — que acontece a uma quarta-feira devido ao feriado no dia seguinte — deverá então deixar Lisboa com as regras aprovadas pelo Governo na semana passada para os concelhos que por duas semanas seguidas registam uma incidência de 120 novos casos por cem mil habitantes: teletrabalho obrigatório, sempre que possível; horários da restauração e dos espectáculos culturais até as 22h30 e comércio a retalho até às 21 horas.

Portugal registou uma morte associada à doença covid-19, 598 novos casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, e um novo aumento no número de internamentos, segundo Direção-Geral da Saúde (DGS).

De acordo com o boletim epidemiológico de hoje, a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a que tem mais novos casos confirmados, com 348 dos 598 registados no período em análise, o que representa 58,1 por cento do total.

Esta tem sido a tendência nas últimas semanas.