"Estamos a fazer o levantamento dos estragos. Esperamos, até ao final da semana, ter esse mesmo levantamento, para que possamos depois, em conformidade, fazer a devida avaliação", afirmou o vereador da Proteção Civil, Rui Cordeiro (PSD), na reunião pública do executivo municipal.

A vereadora das Obras Municipais, Filipa Roseta (PSD), revelou que "22 escolas foram afetadas", com vidros partidos e telhas a voar, e destacou a Escola Básica Nuno Gonçalves, na freguesia de Penha de França, e a Escola Básica e Secundária Luís António Verney, no Beato, onde ser verifica "uma situação muito grave".

Nestas duas escolas, segundo Filipa Roseta, são necessárias "enormes intervenções", pelo que a câmara está a trabalhar em colaboração com o Governo.

"Claramente, são obras que deviam ser pagas pelo Governo", indicou a vereadora.

O presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), adiantou que já falou com o ministro da Educação, Fernando Alexandre, que "prometeu essa ajuda".

A este propósito, a vereadora do PS Cátia Rosas questionou se já existe um relatório sobre os estragos da depressão Martinho em Lisboa e procurou saber quais os apoios previstos para comerciantes e cidadãos afetados.

Em resposta, Carlos Moedas assegurou: "Dentro da lei, dentro da legalidade, eu farei tudo para ajudar".

O social-democrata reforçou que a câmara ainda está a avaliar os estragos, mas pretende fazer "o máximo" para ajudar quem foi afetado pela tempestade.

Em Lisboa, a depressão Martinho fez vários estragos, sobretudo com a queda de árvores, particularmente nos dias 19 e 20 de março.

Por proposta da liderança PSD/CDS-PP, aprovada por unanimidade, a câmara decidiu louvar todos os trabalhadores e operacionais envolvidos na resposta à depressão Martinho, incluindo funcionários do município e das 24 juntas de freguesia, bombeiros e polícia.

No voto de louvor, a câmara expressa "a mais sincera gratidão" a estes trabalhadores, "pelo compromisso, dedicação, eficiência, responsabilidade e espírito de missão com que socorreram a cidade de Lisboa frente a esta nova adversidade".

De acordo com a câmara, a depressão Martinho, com maior impacto na noite de 19 para 20 de março, deixou "um rasto de estragos e prejuízos" em Lisboa e exigiu "um esforço hercúleo" de todos os trabalhadores e operacionais envolvidos.

Contabilizaram-se 920 ocorrências na cidade Lisboa, entre as 21:00 de 19 de março e as 16:00 de 20 de março, em que a maioria foi por causa de queda de árvores, com 433 situações.

Nesta reunião pública, o vereador do PCP João Ferreira questionou sobre a Escola Básica do Lumiar (Alto da Faia), que se encontra numa "situação muito grave" devido à degradação do edifício, afirmando que "esta escola é responsabilidade da câmara desde sempre" e a liderança PSD/CDS-PP "não mexeu uma palha em quatro anos".

O comunista lamentou a opção de PSD/CDS-PP de prescindir de receita ao entregar 86 milhões de euros com a devolução de IRS aos lisboetas, o que "dava para requalificar esta escola e outras".

Filipa Roseta adiantou que a câmara está a acabar o projeto, "até ao final de março", para depois passar à obra, adiantando que "não são obras profundas".