Para assinalar a iniciativa, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e o presidente da Associação Nacional de Farmácias, Paulo Cleto Duarte, parceiros neste projeto, estiveram na farmácia Marvila - uma das 68 que, para já, permitem esta testagem em massa em freguesias da capital.

"O que este programa faz é acrescentar uma nova camada de proteção e assegurar que as pessoas que estão nas freguesias que estão num patamar limite do desconfinamento […] têm possibilidade de realizar dois testes por mês de forma gratuita", realçou Fernando Medina, afirmando também que o número de farmácias envolvidas no projeto poderá chegar a 200 já nos próximos dias.

A testagem é feita segundo um conceito de proximidade aos utentes, por profissionais da rede de farmácias, "que, no caso de haver registos positivos, imediatamente os reportam no SINAVE", sistema gerido pelo Ministério da Saúde, explicou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

Para além disto, Paulo Cleto Duarte destacou que, além de Lisboa, a Associação Nacional de Farmácias "já tem outros contactos de municípios da região de Lisboa e Vale do Tejo e de outras zonas do país" que podem também aderir a um programa semelhante.

O responsável farmacêutico afirmou ainda que, para já, não há informação definitiva sobre quando é que as farmácias poderão vender um teste rápido para uso da população em geral - já aprovado pelo Infarmed -, mas assegura que “em breve” existirão novidades.

“Não acredito que demore muito tempo”, salientou.

A marcação dos testes pode ser feita presencialmente nas farmácias aderentes ou através do número 1400, que funciona 24 horas por dia.

No entanto, a título de exemplo, a agenda de marcações para os testes na referida farmácia Marvila está preenchida para esta semana, incluindo no sábado de Páscoa, disse Isaura Martinho, diretora técnica.

“Vamos estar a trabalhar o tempo que for preciso para fazer mais testes, mais testes e mais testes para sairmos mais rapidamente desta pandemia”, disse a farmacêutica, referindo ainda que a farmácia já faz testes desde março.

No âmbito do protocolo com a Câmara, esta farmácia está a agendar dez a 15 testes por dia, com um tempo de referência de 20 minutos para cada um.

“Se estiver negativo, está negativo. Se estiver positivo, há uma indicação própria para a pessoa fazer o confinamento e se dirigir às entidades competentes, como o médico de família ou a Direção-Geral da Saúde (DGS) ou ligar para a Saúde 24”, explicou.

A farmácia abrange cerca de quatro mil pessoas e a identificação do utente como morador da freguesia é feita através do cartão de cidadão ou de um comprovativo de morada.

Matay, um dos primeiros moradores com marcação na farmácia, deu teste negativo, pelo que pode seguir com a sua vida, “conforme é possível nesta fase”.

“É importante e acho que há uma série de coisas que devemos ter em consideração. Primeiro é gratuito, é aqui ao lado de casa e é rápido, portanto, não temos que nos deslocar, não temos que fazer grandes distâncias para poder realizar o teste, não há aqui um custo associado”, disse, em declarações à Lusa.

Para já, as freguesias de Lisboa envolvidas são Ajuda, Alvalade, Arroios, Estrela, Marvila, Olivais, São Vicente, Santa Clara, Santa Maria Maior e Santo António. Não obstante, esta situação pode alterar-se à medida que a percentagem de casos de covid-19 por 100 mil habitantes também se altere, afirmou Fernando Medina.