“Temos de ter exigência com quem limpa, mas também temos de ter exigência com quem suja”, vincou Duarte Cordeiro (PS) na reunião descentralizada da CML destinada a ouvir os munícipes das freguesias de Santa Clara e Lumiar.
Numa sessão em que muitos munícipes criticaram as falhas relativas à higiene urbana, o autarca admitiu dificuldade em dar respostas, mas afirmou estar convicto de que a “situação será normalizada muito em breve trecho”.
Duarte Cordeiro comprometeu-se a reforçar os recursos humanos do município na área da higiene urbana até ao final do ano, ressalvando, no entanto, que “só aumentar os recursos humanos não resolve” os problemas.
“Vamos também querer alterar o regulamento de depósito de resíduos na rua, para aumentar de alguma maneira a responsabilização das pessoas e dos comerciantes em relação a essa matéria”, anunciou.
Além disso, o vice-presidente da CML, responsável pelo pelouro dos Serviços Urbanos, avançou que a autarquia vai antecipar a campanha de sensibilização prevista para o próximo ano para dezembro, uma medida que visa “recordar as pessoas da sua responsabilidade enquanto cidadãs”.
Jorge Guimarães, morador em Telheiras, foi um dos munícipes que abordou o problema da falta de limpeza e da recolha do lixo, tendo destacado também o excesso de pombos, baratas e ratos na sua zona de residência.
A vereadora do CDS-PP Assunção Cristas defendeu que “não é verdade que o turismo desculpe tudo” e que “é preciso fazer mais”.
“Sabemos que aqui os problemas de higiene urbana são tão ou mais graves que no centro de Lisboa, onde a pressão urbanística e a pressão do turismo é muito grande”, acrescentou Assunção Cristas.
Na mesma linha, João Pedro Costa, do PSD, reforçou que “o lixo em Lisboa não é um problema do turismo” e recordou que o partido apresentou uma proposta, aprovada no executivo municipal, “para nas zonas históricas da cidade o lixo ser recolhido sete dias por semana, incluindo sábados e domingos”.
A vereadora do PCP Ana Jara reiterou que os problemas relativos à higiene urbana são “uma constante por toda a cidade” e não estão apenas circunscritos ao centro histórico.
Em setembro, alguns moradores lisboetas queixavam-se do aumento de lixo na cidade e pediram a aplicação de coimas aos infratores.
Em declarações à Lusa, o presidente da Associação de Moradores da Misericórdia, Luís Paisana, defendeu a responsabilização dos infratores através “de coimas fortes para as pessoas entenderem de forma clara que há regras”.
As juntas de freguesia admitiram ter falta de meios para fazer face à limpeza urbana, mas também atribuíram parte da culpa da acumulação de lixo à falta de civismo da população.
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