O texto da petição, disponível ‘online’, refere que o “elétrico 28 percorre um eixo para o qual não existem alternativas de transporte público”, pelo que “não é apenas uma atração turística, é um meio de transporte fundamental para inúmeras pessoas que residem, trabalham e/ou frequentam o ensino ao longo desse extenso eixo”.

Esta carreira da Carris liga Campo de Ourique ao Martim Moniz, passando pelo Chiado e pela Graça.

“Para os lisboetas, como para os visitantes, é um privilégio poder subir e descer as colinas da cidade neste meio de transporte encantador. No entanto, essa experiência revela-se, na prática, desconfortável, pouco fiável, demorada e insegura, quebrando o encanto e tornando a dependência desta linha num problema diário”, lê-se na petição.

Para este grupo de cidadãos, “a solução não deve passar por reduzir o 28 a um entretenimento turístico”, porque “não seria justo retirar aos lisboetas este seu meio de transporte, mas é imperioso melhorar radicalmente a qualidade do transporte”.

Pelas 17:00 de hoje, a petição, que é endereçada à Câmara de Lisboa, à Assembleia Municipal e à Carris, contava com 166 assinaturas.

Entre as queixas, contam-se o facto de os horários e tempos de espera serem falíveis e de esta carreira ser “um paraíso para carteiristas” e ter condições de viagem “que chegam a ser degradantes”.

As viagens são também afetadas por um “enorme afluxo de turistas” e por “carros parados ou estacionados sobre os carris ao longo do percurso, o que acontece constantemente, impedindo a passagem do elétrico e atrasando o trajeto”.

Como medidas para contrariar estes constrangimentos, os munícipes propõem “o aumento do número de unidades em circulação na linha número 28”, a “adoção de incentivos que permitam encaminhar os turistas para os elétricos de circuito turístico”, ou a “abolição da possibilidade de compra de bilhetes a bordo”.

Os cidadãos pedem também a “implementação de um sistema de atuação rápida para as situações de carros estacionados que impeçam a passagem do elétrico, em parceria com as polícias e a EMEL”, e ainda o reforço da carreira, “pelo menos” nas horas de ponta, “com autocarros mini que façam o mesmo trajeto do 28, circulando alternadamente com os elétricos”.

“Estes veículos têm a dupla vantagem de não terem muita procura de turistas e de poderem ultrapassar obstáculos, como carros mal estacionados. Deste modo, os residentes disporão desta opção, que lhes garante que chegam a tempo ao trabalho/escola, podendo os turistas, ou quem não esteja com pressa, optar por aguardar a chegada do elétrico”, advogam.

A petição sugere ainda a “criação imediata de um grupo de trabalho que inclua a Carris, a Polícia Municipal, a PSP e a EMEL, encarregado de definir e implementar rapidamente as medidas a tomar”, e espera que “haja a determinação necessária para implementar estas mudanças, essenciais para que os elétricos possam servir tanto residentes como visitantes, em condições condignas”.