“Daqui dizemos todos, ao Governo que sabemos que está pré-demitido, que vai entrar em funções de gestão daqui a poucos dias, que será uma vergonha, que será um escândalo, se esse decreto-lei não sair da redação final, não aterrar numa mesa do Palácio de Belém e não for promulgado pelo Presidente da República, porque não podemos falhar a quem quer quebrar um ciclo de violência e precisa de ter autonomia e independência financeira para o fazer”, defendeu Rui Tavares, no 10.º aniversário do partido, em Lisboa.
A medida teve ‘luz verde’ no Orçamento do Estado para 2022 – no qual o Livre se absteve – e foi aprovada em Conselho de Ministros no passado dia 19 de outubro.
Numa sala em ambiente de festa e pré-campanha eleitoral, Rui Tavares assumiu que o país vive “momento em que há muita incerteza e receio” e estabeleceu como objetivo para as legislativas antecipadas de 10 de março “ajudar a esquerda a crescer”.
O deputado único alertou a maioria parlamentar socialista de que “ainda pode aprovar” várias propostas do Livre até à dissolução da Assembleia da República, como, por exemplo, a criação de uma agência pública de hidrogénio, considerando que “a transição energética não se pode fazer apenas de leilões com privados” e tem que “ser transparente”.
“Podem ter a certeza que se o Livre conseguir os seus objetivos para estas eleições, que é crescer, ajudar a esquerda a ganhar, que é pôr de lado os governos dos extremistas que colocariam em risco o Estado de Direito e os direitos fundamentais no nosso país, a Hidrogénio de Portugal [agência pública] vai estar em cima da mesa. Mas vai estar em cima da mesa também o reconhecimento da independência da Palestina”, afirmou.
Rui Tavares afirmou ainda que o partido não vai “combater o medo da extrema-direita com uma versão de medo da esquerda”.
“O que vamos apresentar é uma ideia de um país desejável e vamos dar exemplos, objetos de desejos político, daquilo que são passos concretos a fazer agora, para conquistarmos esse país desejado”, disse.
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