Um dia após a votação partidária que elegeu os dois finalistas para a disputa da liderança dos conservadores, cujo resultado será anunciado em 05 de setembro, a pesquisa indica uma vantagem de Truss, com 62% das preferências, contra 38% do seu rival.
A mesma sondagem revela, também, que 40% dos entrevistados acreditam que “não se pode confiar” em Rishi Sunak, mas o ex-responsável pela pasta das Finanças garante ser o melhor colocado para derrotar os trabalhistas nas próximas eleições gerais.
“Se olharmos para todas as sondagens e para aquilo que elas nos dizem, é bastante claro que sou a pessoa melhor colocada para vencer [o líder da oposição] Kier Strammer nas próximas eleições”, previstas para finais de 2024, disse no canal LBC.
Já Liz Truss, em entrevista ao Daily Mail, destacou a sua abordagem “enraizada em valores conservadores” e prometeu uma redução imediata da carga fiscal no país, a mais alta “em 70 anos”.
Depois da votação partidária de quarta-feira, que deixou como finalistas Sunak e Truss, os cerca de 180.000 membros do partido têm até 05 de setembro para tomar uma decisão sobre quem sucederá a Boris Johnson na liderança conservadora, numa solução política que permite ao partido manter-se no poder no Reino Unido.
Até há alguns meses, o antigo ministro das Finanças britânico Rishi Sunak era visto como o herdeiro natural de Boris Johnson, que elogiava a sua lealdade e as suas competências governativas.
Mas Sunak tornou-se uma das vozes mais críticas do primeiro-ministro, quando este se viu envolvido numa longa série de escândalos, tornando-se assim um pretendente ao cargo não pela sucessão natural, mas pelo confronto com o passado recente da liderança conservadora.
Nesta reta final da corrida à liderança do Partido Conservador, Sunak terá de conseguir superar Liz Truss, de 46 anos, a atual chefe da diplomacia britânica, a quem muitos chamam a nova “Dama de Ferro” - uma designação atribuída à antiga primeira-ministra Margaret Thatcher, pela forma firme como desempenhou os seus cargos.
Como secretária das Relações Exteriores, Truss tem liderado a estratégia de apoio do Reino Unido à Ucrânia e às sanções ocidentais contra a Rússia, devido à invasão russa de 24 de fevereiro, tendo sido também uma das figuras com mais destaque na disputa de Londres com Bruxelas sobre os acordos comerciais pós-‘Brexit’, assim mostrando o seu lado eurocético.
Em qualquer uma destas tarefas, Truss mostrou uma abordagem combativa, que tem sido muito elogiada sobretudo pela fação mais à direita do Partido Conservador, sobretudo quando começou a descolar das posições de Boris Johnson.
Contudo, vários analistas defendem que o maior desafio de Truss e de Sunak é ser capaz de recuperar o prestígio do partido, depois dos escândalos que abalaram a confiança nos conservadores e na estratégia de governação do atual primeiro-ministro, a quem ambos estiveram proximamente ligados.
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