Loughlin, de 55 anos, da série "Full House", é acusada de ter pago 500 mil dólares (453 mil euros) para que filhas entrassem numa conhecida universidade na Califórnia. As autoridades norte-americanas alegam que a atriz canalizou o dinheiro através dum esquema fraudulento de caridade.
O seu marido, o estilista Mossimo Giannulli, também será julgado no mesmo processo, assim como outros seis envolvidos num escândalo de subornos para admissões em universidades norte-americanas de prestígio.
Os procuradores alegam que Loughlin — e o seu marido — pagaram os subornos a um intermediário em 2016 e 2017 para que as suas filhas fossem incluídas na equipa de remo da Universidade do Sul da Califórnia (USC), apesar de não serem remadoras.
Pelo menos 50 pessoas foram acusadas neste caso.
Até agora, as sentenças daqueles que se declararam culpados variam da liberdade condicional a nove meses de prisão. No sistema judicial norte-americano, a admissão de culpa, por norma, permite a aplicação de uma pena reduzida.
A atriz de "Desperate Housewives", Felicity Huffman, indiciada no mesmo escândalo, declarou-se culpada — admitiu ter pago 15 mil dólares para que o teste de admissão de sua filha fosse melhorado — e acabou detida por duas semanas numa prisão da Califórnia, sendo libertada em outubro do ano passado.
Loughlin e o marido, no entanto, estão entre os poucos réus que se declararam inocentes — daí a ida a julgamento. Os seus advogados defendem que ambos acreditavam que o dinheiro iria para a universidade ou obras de caridade, e não para pagar subornos.
O acusado de liderar o esquema, William Singer, recebeu 25 milhões de dólares (cerca de 22 milhões de euros) em subornos de pais entre 2011 e fevereiro de 2019.
Nalguns casos, Singer subornava treinadores para aceitarem estudantes nas suas equipas, e noutros criava perfis atléticos falsos para os filhos dos seus clientes, inventando conquistas desportivas e falsificando fotografias dos jovens a praticar desporto.
Além disso, cobrava entre 15 mil e 75 mil dólares (entre, aproximadamente, 13,3 mil e 66,4 mil euros) para corrigir respostas erradas nos exames de admissão universitária dos filhos dos seus clientes ou para que uma pessoa fizesse as provas por eles.
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