"Essas histórias são verdade. Na altura, eu disse para mim mesmo que era 'ok' porque eu nunca mostrei o meu pénis a uma mulher sem antes perguntar primeiro, algo que também é verdade. Mas o que eu aprendi mais tarde na minha vida, demasiado tarde, foi que quando nós temos poder sobre outra pessoa, pedir para elas te verem a masturbar não é uma questão. É um dilema. Eu tinha poder sobre essas mulheres, elas admiravam-me. e eu exerci esse poder de forma irresponsável", escreveu o comediante norte-americano Louis C.K. em resposta às histórias de cinco mulheres, humoristas, divulgadas esta quinta-feira no The New York Times.

"Não há nada do que aconteceu que eu me consiga perdoar"

 

Dana Min Goodman, Abby Schachner, Julia Wolov, Rebecca Corry e uma outra mulher que preferiu o anonimato, disseram ao jornal que o autor da série “Louie” se masturbou em frente delas, pediu para o fazer ou fê-lo ao telefone.

"Não há nada do que aconteceu que eu me consiga perdoar. Eu tenho de me reconciliar com aquilo que sou. O que não é nada comparado com o desafio com que as deixei. Eu gostava de ter sido capaz de ter correspondido à admiração delas por mim, tendo sido um bom exemplo para elas e dando alguns conselhos enquanto comediante", pode ainda ler-se na nota.

"Eu passei a minha longa e feliz carreira a dizer tudo aquilo que queria. Agora vou dar um passo atrás e vou passar a algum tempo a ouvir", escreve o comediante no final do comunicado.

Na consequência deste caso o canal norte-americano HBO anunciou na quinta-feira que Louis C.K. já não vai participar no programa “Night of Too Many Stars: America Unites for Autism Programs”, que será transmitido no dia 18. A HBO anunciou ainda que vai retirar projetos antigos do comediante do seu serviço de ‘video on demand’.

Louis C.K. e Matthew Weiner fazem parte da lista de personalidades de Hollywood acusadas de má-conduta. A onda de revelações surgiu após virem a púbico dezenas denúncias de assédio sexual contra o famoso produtor Harvey Weinstein.