A lista de municípios mais sustentáveis de 2016 integra, para além de Loulé, também Cascais, Guimarães, Águeda, Lousã e Pombal, autarquias que obtiveram um índice igual ou superior a 80% nos critérios analisados.

O galardão, promovido pela Associação Bandeira Azul da Europa e que comemora 10 anos, destina-se a premiar as boas práticas e políticas ambientais dos municípios portugueses.

Loulé alcançou a pontuação mais elevada em critérios como a promoção da educação ambiental (junto com Vila Nova de Gaia), informação disponível aos munícipes (com Guimarães e Águeda), mobilidade sustentável e na qualidade do ar e informação ao público, onde reparte o primeiro lugar com Torres Vedras.

Cascais destaca-se, entre outros, nos indicadores de áreas classificadas e conservação da natureza e biodiversidade, iguala Guimarães no primeiro posto na produção e recolha seletiva de resíduos urbanos, e lidera, com Valongo, na qualidade dos serviços de águas prestados aos utilizadores.

Já Guimarães está no topo, também, no indicador de agricultura e desenvolvimento rural sustentável, a par do Fundão.

Em 2016, foram submetidas 46 candidaturas (mais três do que em 2015) e 93,5% dos candidatos (43 em 46) alcançou índices acima dos 50%, limite para a atribuição da bandeira verde.

"Todos os 46 municípios que participam no ECOXXI merecem, independentemente dos resultados obtidos, ser reconhecidos pela coragem de se proporem a uma avaliação das suas práticas e políticas em termos de sustentabilidade", afirma Margarida Gomes Coordenadora Nacional do ECOXXI, num documento a que a agência Lusa teve acesso.

Os cinco indicadores onde os municípios "têm mais dificuldade em pontuar", segundo a associação promotora, são os da qualidade do ambiente sonoro (o melhor é Leiria, seguido de Pombal, ambos no mesmo distrito), gestão e conservação da floresta, ordenamento do território e ambiente urbano, turismo sustentável e cidadania, governança e participação, em que a média da pontuação fica abaixo dos 50%.

No plano oposto, aqueles onde os municípios "têm mais facilidade em pontuar", estão indicadores como a informação disponível aos munícipes, promoção da educação ambiental por iniciativa do município e educação e divulgação da conservação da natureza, que apresentam valores acima dos 70%, atingindo mesmo os 95% na qualidade de água, onde 14 municípios tiveram a nota máxima.

Na edição de 2016 do programa, quatro municípios candidataram-se pela primeira vez (Alvaiázere, Góis, Valongo e Vila do Bispo). Dois retomaram a candidatura (Arouca e Loures), enquanto Abrantes, Aljezur e Vila Real de Santo António não renovaram a candidatura apresentada o ano passado.

No total, desde 2007, os promotores atribuíram um total de 238 bandeiras verdes aos 84 municípios que, ao longo de 10 anos, se candidataram ao ECOXXI. Cerca de 60% dos galardões foram atribuídos na região Centro, a região com mais candidaturas em 2016 (uma em cada três) e que em conjunto com o Norte representa mais de metade das candidaturas apresentadas.

Este ano, o Alentejo apenas foi representado por Avis (nove participações totais e nove bandeiras atribuídas) e o Funchal foi igualmente o único representante da Madeira, alcançando o segundo galardão em duas participações.

Nos Açores, dos cinco municípios participantes o mais sustentável foi o de Lajes do Pico, com um índice de 71%.

Os 11 totalistas (10 bandeiras em 10 edições) são Loulé, Lagos e Tavira (Algarve), Manteigas e Pombal (Centro), Vila Nova de Gaia, Maia, Macedo de Cavaleiros e Bragança (Norte) e Cascais e Torres Vedras (Lisboa e Vale do Tejo).

Já Cantanhede, Caminha e Santo Tirso também fizeram o plano de participações, mas falharam a bandeira verde uma vez e a Mealhada não atingiu o galardão por duas vezes em 10 participações, as mesmas que Albufeira que, no entanto, só logrou ser galardoada duas vezes.

A organização refere que os municípios que apresentaram candidaturas pontuais nos últimos 10 anos e não deram seguimento à sua participação "correspondem geralmente a situações de não cumprimento dos objetivos definidos, ou seja, não possuem condições que permitam atingir o índice ECOXXI mínimo" de 50%, que dá direito à bandeira verde.