Fonte do Corpo Nacional de Escutas (CNE) disse à agência Lusa que a polémica, hoje divulgada pelo jornal online 7MARGENS, não afetará os trabalhos e que o Conselho Nacional Plenário, a realizar no sábado em Balasar, Arquidiocese de Braga, será o local onde Ivo Faria, chefe nacional dos escuteiros católicos dará explicações sobre o caso.
Em causa está o envolvimento de Ivo Faria, sócio na empresa de consultadoria PwC (PricewaterhouseCoopers), nos negócios de Isabel dos Santos em Portugal. Segundo o Expresso de 18 de janeiro, Ivo Faria terá sido uma das pessoas que mais trabalhou com Mário Leite da Silva, apontado como o braço direito de Isabel dos Santos em Portugal.
O mal-estar no CNE foi revelado pelo 7MARGENS, que refere que uma das operações em que a PwC Portugal terá estado envolvida, através destes seus responsáveis, foi a reestruturação da petrolífera angolana Sonangol, então presidida por Isabel dos Santos. O envolvimento teria passado por faturar serviços a empresas sem proprietários conhecidos de Malta e do Dubai, quando as regras da própria PwC dizem que os contratos devem ser pagos por quem adjudica os serviços e não por outras entidades.
Perante o envolvimento do nome de Ivo Faria no caso ‘Luanda Leaks’ – desencadeado pelos documentos revelados pelo Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação sobre alegados esquemas financeiros envolvendo, entre outros, a empresária Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos -, há já dirigentes nacionais do CNE a defenderem que Ivo Faria não deve tomar posse para o segundo mandato no cargo de chefe nacional.
A tomada de posse dos novos órgãos nacionais do CNE – que resultaram de eleições realizadas em 12 de janeiro, com a candidatura de Ivo Faria a receber 86% dos votos - para o próximo mandato está agendada para o final da reunião do conselho nacional plenário da instituição, que deverá decorrer entre as 09:00 e as 17:00 na Paróquia de Santa Eulália de Balasar.
Em nota hoje divulgada, o CNE aponta como objetivos para o próximo triénio lançar e dinamizar as celebrações do Centenário do CNE, a iniciar com uma participação massiva da associação na Jornada Mundial da Juventude (2022) e a culminar no 25.º ACANAC – Acampamento Nacional (2023).
Uma participação ativa nos espaços de debate do voluntariado, da educação e da juventude, “afirmando-se como movimento de educação não-formal e de jovens”, é outra aposta do CNE para os próximos três anos.
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