Mais de 500 infrações foram registadas numa campanha de observação organizada por partidos de oposição, incluindo o aumento pelas autoridades do número de eleitores nas assembleias de voto em relação a contagens feitas por observadores.

Defensores dos direitos humanos que observam o desenrolar do escrutínio afirmaram terem sido expulsos e impedidos de tirarem fotografias.

Alexei Ianukevitch, vice-presidente do partido da oposição Frente Popular Bielorrussa, disse à agência France Presse que as autoridades escolheram “o cenário familiar das falsificações”.

Os eleitores escolhem 110 deputados da câmara baixa do parlamento, mas os críticos do poder não têm grande escolha, dado os principais líderes contestatários e os únicos dois atuais deputados da oposição terem sido excluídos do escrutínio.

“Se a sociedade não gosta do modo como o presidente organiza (a votação), pode escolher um novo no próximo ano”, declarou à imprensa o presidente Alexandre Lukashenko após ter votado, confirmando que se recandidatará às presidenciais de 2020.

Apelidado de “o último ditador da Europa”, Lukashenko, 65 anos, dirige o país há 25 anos. Desde então, nenhuma eleição organizada na Bielorrússia foi considerada livre ou justa pelos observadores internacionais.

A Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) enviou 400 observadores para vigiarem o escrutínio.

“Sabemos já, a 99%, quem vai ganhar” em cada círculo eleitoral, disse Nikolai Kozlov, líder do Partido Cívico Unido, da oposição, à AFP.