“Se eu for Presidente da República, não haverá mineração em terras indígenas”, disse o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) em entrevista à rádio Itatiaia.

O ex-chefe de Estado, entre 2003 e 2010, salientou que “os indígenas não são intrusos”, e já estavam “antes da chegada dos portugueses” no território que atualmente é o Brasil e que o resto da sociedade “não deveria incomodá-los.”

“Temos que dar a eles o direito de viver com dignidade porque cuidar da floresta amazónica talvez seja mais importante para a humanidade do que tentar encontrar um pouco de ouro nas terras indígenas”, afirmou o líder progressista.

Luiz Inácio Lula da Silva mostrou, assim, o seu repúdio pelas iniciativas promovidas pelo Governo do Presidente Jair Bolsonaro, previsivelmente seu maior rival nas eleições, que procuram autorizar a exploração de minérios na Amazónia, reduzir as reservas indígenas e flexibilizar a fiscalização ambiental.

Esses projetos tramitam no Congresso brasileiro e foram na quarta-feira objeto de um grande protesto liderado pelo cantor e compositor Caetano Veloso e outros importantes artistas brasileiros em Brasília.

Apesar de sua candidatura ser considerada certa em todos os círculos políticos, Lula da Silva insistiu que ainda não a definiu e que certamente o fará no início de abril, quando terminar de conversar com os diferentes partidos políticos.

“A partir daí vou construir uma candidatura para vencer as eleições e, mais importante, para governar o Brasil”, disse.

O ex-presidente acrescentou que sua grande preocupação é reconstruir o Brasil, um país que, em sua opinião, está numa “situação muito difícil e um tanto desesperadora”.

“Pretendemos construir um movimento. Sempre digo que minha [possível] candidatura não será de um único partido, mas de um movimento de reconstrução da democracia e da economia brasileira”, acrescentou.

Todas as pesquisas de intenção de voto divulgadas até agora mostram Lula da Silva como o claro favorito para as eleições presidenciais, que poderá obter mais de 40% dos apoios, ante os 30% que Bolsonaro, apoiado pela extrema-direita brasileira, alcançaria.