“Vou visitar o Papa Francisco para agradecer não só pela solidariedade que teve comigo num momento difícil, mas sobretudo pela dedicação dele ao povo oprimido. Também quero debater a experiência brasileira no combate à miséria”, escreveu Lula da Silva, na semana passada, na sua conta oficial do Twitter.
A audiência do ex-Presidente brasileiro com o representante máximo da Igreja Católica foi intermediada pelo chefe de Estado da Argentina, Alberto Fernández.
Antes de fazer a viagem, Lula da Silva obteve permissão da justiça brasileira, que atendeu a um pedido de sua defesa e adiou para 19 deste mês um interrogatório, inicialmente agendado para o dia 11.
Lula da Silva expressa repetidamente a sua admiração pelo Papa Francisco, que no ano passado lhe enviou uma carta enquanto cumpria pena de prisão num processo da operação Lava Jato, na sede da Polícia Federal de Curitiba, região sul do Brasil.
Na carta, divulgada em maio de 2019 e em resposta a uma missiva enviada anteriormente ao Papa, Francisco transmitiu a sua solidariedade para com Lula da Sulva e lamentou as “duras provas” que o político estava a viver, nomeadamente após a morte da sua mulher, de um irmão e de um neto.
O líder da Igreja Católica afirmava ter uma “proximidade espiritual” com Lula da Silva e pediu-lhe que tenha “coragem”, para não desanimar e seguir “confiando em Deus”.
O ex-Presidente passou 580 dias na prisão e está desde novembro do ano passado em liberdade.
O antigo chefe de Estado foi condenado em dois processos por corrupção e tem pelo menos sete outras investigações contra si.
Lula da Silva foi condenado em terceira instância a 08 anos e 10 meses por corrupção passiva e branqueamento de capitais depois de ser considerado culpado de receber um apartamento de luxo na cidade do Guarujá, litoral do estado brasileiro de São Paulo, em troca de favores políticos à construtora da OAS.
A outra pena que pesa sobre Lula da Silva é de 17 anos e um mês de prisão num caso sobre a posse e reformas executadas numa quinta na cidade de Atibaia, no interior do estado de São Paulo que terão sido executadas alegadamente como pagamento de suborno para as construtoras OAS e Odebrecht.
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