O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) informou o juiz federal Vallisney de Oliveira, do 10º Tribunal Penal Federal de Brasília, sobre a sua intenção de viajar para a Itália na próxima semana para uma audiência com o Papa, solicitando o adiamento de um interrogatório marcado para dia 11, num dos processos em que é réu.

O ex-Presidente planeia visitar Itália entre 12 e 15 de fevereiro.

O Presidente da Argentina, Alberto Fernández, que se encontrou com o Papa Francisco na última semana de janeiro, revelou que atuou como interlocutor do ex-Presidente brasileiro para marcar a audiência.

Lula da Silva expressou repetidamente a sua admiração pelo Papa Francisco, que no ano passado lhe enviou uma carta enquanto cumpria pena de prisão num processo da operação Lava Jato, na sede da Polícia Federal de Curitiba, região sul do Brasil.

O ex-Presidente passou 580 dias na prisão e está desde novembro do ano passado em liberdade.

O antigo chefe de Estado foi condenado em dois processos por corrupção e tem pelo menos sete outras investigações contra si.

Lula da Silva foi condenado em terceira instância a 08 anos e 10 meses por corrupção passiva e branqueamento de capitais depois de ser considerado culpado de receber um apartamento de luxo na cidade do Guarujá, litoral do estado brasileiro de São Paulo, em troca de favores políticos à construtora da OAS.

A outra pena que pesa sobre Lula da Silva é de 17 anos e um mês de prisão num caso sobre a posse e reformas executadas numa quinta na cidade de Atibaia, no interior do estado de São Paulo que terão sido executadas alegadamente como pagamento de suborno para as construtoras OAS e Odebrecht.

No interrogatório agendado para 11 de fevereiro, Lula da Silva deve responder à justiça por um suposto crime de corrupção passiva, relacionado com a promulgação em 2009 de incentivos fiscais para fabricantes de automóveis em troca de supostos subornos.