“A Câmara Municipal de Lisboa não esquece os nomes de quem sofreu a violência racista e assinala, assim, a urgência da luta antirracista todos os dias”, lê-se numa nota do gabinete do vereador responsável pelo pelouro dos Direitos Sociais, Manuel Grilo.
Na nota é referido que os vereadores Manuel Grilo (BE, partido que tem um acordo de governação da cidade com o PS) e Catarina Vaz Pinto (PS), responsável pelo pelouro da Cultura, irão levar à reunião da autarquia uma proposta para a fixação de “uma placa na Rua Garrett assinalando o local onde foi assassinado Alcindo Monteiro, há 25 anos, em 10 de junho de 1995, às mãos de skinheads”.
Em 1995, na madrugada de 10 para 11 de junho, um grupo de cerca de 50 ‘skinheads’ invadiu as ruas do Bairro Alto, em Lisboa, e atacou com violência várias pessoas. Onze foram julgados e condenados por homicídio, seis foram condenados por agressões e dois foram absolvidos.
Alcindo Monteiro, cabo-verdiano, tinha 27 anos quando foi assassinado.
Vinte e cinco anos depois, os assassinos já estão em liberdade e novamente a contas com a justiça: em maio deste ano, o Ministério Público constituiu como arguidos 37 neonazis suspeitos de agressões brutais e tentativas de homicídio contra afrodescendentes e homossexuais, entre os quais se contam cinco dos condenados pela morte de Alcindo Monteiro.
No sábado, milhares de portugueses saíram à rua em manifestações contra o racismo nalgumas cidades portugueses, em solidariedade para com outras ações do género que evocam a morte de George Floyd, um afro-americano de 46 anos que morreu em 25 de maio, em Minneapolis (EUA), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção.
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