Na quarta-feira à noite, num comício de campanha, António Costa afirmou em Coimbra que não levará “mais de três semanas” depois das eleições autárquicas de 26 de setembro a resolver os problemas que têm impedido a construção da nova maternidade.
Em declarações aos jornalistas no final de uma ação de rua em Portalegre, Rio disse ter ficado “chocado” com estas palavras, salientando que esta era uma reivindicação antiga da cidade.
“Em 2015 quando António Costa foi primeiro-ministro já existia [a reivindicação], a doutora Marta Temido foi candidata por Coimbra, promete a maternidade e não realiza maternidade nenhuma, e agora vêm falar em três semanas? Podia parafrasear António Costa e dizer: macacos me mordam se isto é verdade (…) Eu acho que os macacos vão mesmo morder”, criticou o líder do PSD.
Rio lamentou ainda que o Costa tenha dado a entender que “se está a prometer mais para o lado do PS, é apenas porque os autarcas do PS são melhores”.
“Não tenho memória de ter visto numa eleição recente um desplante e um descaramento desta ordem, a prometer, a prometer a prometer”, criticou.
Para o líder do PSD, esta nova promessa do PS para Coimbra - uma autarquia cujas sondagens apontam para um resultado incerto - pode estar relacionada com o projeto-lei dos sociais-democratas para deslocalizar o Tribunal Constitucional para esta cidade, mas salientou que este já tem um ano.
Questionado se fazem sentido as críticas de aproveitamento do PRR pelo PS na campanha por parte eurodeputado do PSD Paulo Rangel perante a presidente da Comissão Europeia, Rio respondeu que ele próprio não tem dito outra coisa.
“O primeiro-ministro, o PS não têm feito outra coisa que não chegar aos diversos concelhos e dizer que têm não sei quantos milhões para ali”, afirmou, mas dizendo confiar que os portugueses “tantas eleições depois do 25 de abril” já não acreditarão.
Em Portalegre, Rio teve hoje a mais animada arruada da campanha até agora - o único tipo de ação que o presidente do PSD tem realizado desde o início da campanha oficial, na terça-feira, a uma média de três por dia.
A JSD local ia animando a subida da rua do comércio local e a voz da candidata a presidente de junta - que Rio até disse querer “levar para o São Carlos” - não precisava de megafone para cantar palavras de ordem de apoio à candidata do PSD/CDS-PP Fermelinda Carvalho, a cumprir o seu último mandato em Arronches.
“Uma equipa belíssima, uma candidata fantástica, és a nossa fé, Fermelinda é que é”, gritava Raquel Carita, com música ‘roubada’ a um dos cânticos do Sporting.
Com a candidata a abrir caminho, Rio ia entrando em todas as lojas, incluindo uma de jogos da sorte, mas não apostou, por já ter feito o totoloto.
Questionado porque razão preferia esse jogo mais antigo ao mais moderno Euromilhões, Rio explicou que era por ser mais barato e não precisar de tanto dinheiro: “Chega-me um milhão ou dois”.
Mais à frente, entrou numa loja de seguros, e quis informar-se sobre Planos Poupança Reforma (PPR), explicando que já tem dois, mas num deles já não pode investir mais.
No final e questionado pelos jornalistas se já estava a pensar meter os papéis para a reforma, Rio disse que a meio do curso de Economia “já era muito rigoroso no planeamento financeiro” e já fez os seus PPR há muito tempo.
“Papéis para a reforma não tenho que meter porque, no caso dos PPR privados, dentro de algum tempo eles vencem por natureza”, ironizou Rio.
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