As autoridades tinham a esperança em abrir as portas da cidade nesta sexta-feira, mas desistiram devido ao facto de o número de casos continuar a aumentar.
"No ano passado, muitas pessoas vieram ao aniversário, mas, desta vez, infelizmente, não teremos visitantes porque ainda não há uma data de abertura para Machu Picchu", disse à agência France-Press (AFP) Darwin Baca, autarca de Macchu Picchu, declarada Património Cultural da Humanidade desde 1983.
"A data de reabertura ainda não está definida. Possivelmente será no mês de agosto, porque os casos estão a aumentar em Cusco", região onde Machu Picchu está localizada, declarou Baca.
O governador de Cusco, Jean Paul Benavente, anunciou há 11 dias que a cidade inca estaria habilitada a visitas a partir de 24 de julho — caso estivessem reunidas as condições de segurança necessárias. No entanto, cinco dias depois, testou positivo para o novo coronavírus, o que colocou o seu plano em risco.
Também o presidente da Câmara de Cusco, Ricardo Valderrama Fernández, entrou nesta sexta-feira para a lista de pessoas infetadas na cidade, pois testou igualmente positivo para a covid-19.
Novos protocolos
O presidente da Câmara de Baca informou que a decisão de adiar a reabertura foi tomada numa reunião entre representantes do governo regional e do Ministério da Cultura. O autarca salientou também que os centros de testes rápidos ainda precisam de ser instalados nas estações de comboio.
Segundo os novos protocolos serão permitidos apenas 675 turistas por dia na cidade. Antes da pandemia, esse número variava entre as 2.000 e 3.000 pessoas e, na época alta, chegava aos 5.000. Em março, no último que recebeu turistas, 2.500 pessoas visitaram o local.
O governo aprovou este mês um limite de 2.244 turistas diários, seguindo uma recomendação de especialistas da UNESCO. A medida vai continuar a prevalecer mesmo para o período pós-pandemia. No entanto, o ministro da Cultura do Peru, Alejandro Neyra, afirmou que alguns protocolos de saúde ainda não foram aprovados, como a entrada e circulação de turistas.
Inicialmente, o governo previa reabrir Machu Picchu no dia 1 de julho para reativar a economia e o turismo local, mas desistiu por temor a contaminações da população indígena.
O Peru mantém as suas fronteiras fechadas há mais de quatro meses, o que gerou o colapso do turismo na cidade de Cusco, antiga capital do império inca e localizada a 72 km da famosa cidade de Macchu Piccu, onde cerca de 100.000 pessoas vivem dessa atividade.
Desde que Machu Picchu foi aberta ao turismo em 1948, a cidade mítica só fechou por apenas dois meses em 2010, quando uma inundação destruiu a ferrovia de Cusco, mas estava aberta naquele ano para o seu aniversário.
A 24 de julho de 1911, o explorador e aventureiro norte-americano Hiram Bingham chegou a Machu Picchu, que estava coberta por uma exuberante vegetação e cuja existência tinha passado despercebida pelos colonizadores espanhóis, que conquistaram o império inca no século XVI.
Embora os habitantes da região conhecessem a existência da cidadela, foi Bigham que anunciou a sua descoberta para o mundo.
Machu Picchu (que significa Montanha Velha em quíchua), foi construída pelo imperador inca Pachacútec no século XV a 2.400 metros de altitude.
Por: Carlos Mandujano da agência AFP
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