“Não vamos começar de novo a repetir os erros do passado, gastar muito para comprar em outros lugares não é uma boa ideia”, declarou ao inaugurar a exposição internacional de defesa Eurosatory perto de Paris, enquanto muitos países europeus anunciaram o seu desejo de aumentar os orçamentos da defesa.

Macron reiterou um apelo já lançado desde a sua chegada ao Eliseu em 2017: “Precisamos fortalecer uma indústria de defesa e uma base industrial e tecnológica europeia muito mais forte e muito mais exigente (…) senão construiremos as dependências do futuro”.

“Vamos construir esta base de soberania, de independência europeia, francesa se pudermos – com parcerias que quero em todo o mundo e vejo muitos não europeus aqui – mas gosto de construir as parcerias que escolho, gosto menos das dependências que preparamos massiva e metodicamente às vezes”, acrescentou Emmanuel Macron, reeleito em abril passado.

Sobre os gastos militares franceses, o Presidente francês indicou que “pediu ao ministro (das Forças Armadas) e ao Chefe do Estado Maior das Forças Armadas para poder realizar nas próximas semanas uma reavaliação desta Lei de Programação Militar na medida do contexto geopolítico”.

Segundo Macron, França “entrou numa economia de guerra” na qual acredita que se organizará a longo prazo. “Não podemos mais conviver com a gramática de há um ano atrás”, acrescentou.

“Não esperamos as mudanças estratégicas para reinvestir”, lembrou o Chefe de Estado, mas o aumento das ameaças, ilustrado pelo conflito que assola a Ucrânia desde 24 de fevereiro, representa um “requisito adicional para ir mais rápido, mais forte, ao menor custo”.

Em 2017, o Presidente francês iniciou um forte aumento no orçamento de defesa após anos de escassez.

O orçamento do Ministério das Forças Armadas voltará a aumentar em 2022, para 40,9 mil milhões de euros, de acordo com a Lei de Programação Militar (LPM) 2019-2025 que prevê atingir os 50 mil milhões de euros em 2025.